Recurso destinado a pagamento de profissionais para a Sesai é de R$ 30 milhões
O superintende da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) em Mato Grosso do Sul, Nelson Carmelo, está sendo ouvido nesta quinta-feira (03) pelos deputados membros pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde, da Assembleia Legislativa do Estado. Apesar de o órgão ser de responsabilidade Federal, a casa resolveu convocá-lo a prestar esclarecimentos por conta […]
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O superintende da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) em Mato Grosso do Sul, Nelson Carmelo, está sendo ouvido nesta quinta-feira (03) pelos deputados membros pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde, da Assembleia Legislativa do Estado.
Apesar de o órgão ser de responsabilidade Federal, a casa resolveu convocá-lo a prestar esclarecimentos por conta da ocupação, desde o dia 18 de setembro, da sede da Sesai, em Campo Grande, por índios de várias etnias. Os deputados atenderam a um pedido dos próprios ocupantes.
O deputado estadual, Junior Mochi (PMDB) questionou sobre qual era a receita prevista pelo órgão em 2013. De acordo com Carmelo, inicialmente o recurso era de R$14 milhões, porém devido a um processo eles conseguiram chegar a R$21 milhões. Até agora foram aplicados R$13 milhões que não incluem o pagamento de profissionais.
O superintende explicou que o governo federal não realiza concursos para contratar profissionais de saúde para Sesai e por isto eles têm que ser feitos por meio de convênios. Por este motivo, um acordo foi firmado com a Missão Filantrópica Kaiowá para contratação de profissionais.
Conforme Carmelo, o recurso destinado pelo Governo Federal ao pagamento destes profissionais é de R$ 30 milhões anuais. Um médico que atua em aldeia recebe em média R$ 12.500, mais um ajuda de custo, que não foi especificada pelo superintendente.
Apesar do salário considerável, Nelson afirmou que encontrou dificuldades em 2009 para achar profissionais. Em conversa com o então diretor do Hospital Universitário, ele perguntou o que seria possível fazer para auxiliar a diminuir a demanda do hospital no atendimento com os índios.
“Ele disse que o principal era melhorar o atendimento nas aldeias para que não fossem encaminhados todos os casos ao hospital, afetando os atendimentos”, relatou, desmonstrando a dificuldade em gerir à época a saúde indígena.
Carmelo admitiu ainda que o índice de mortalidade infantil nas aldeias de Mato Grosso do Sul é maior que o nacional. Conforme ele, de janeiro a junho do ano passado, houve 35 mortes para cada 1 mil nascimentos, e no mesmo período de 2013, o número foi de 24. Apesar da queda, o número ainda é maior que a média nacional. “Estamos trabalhando para chegar em um nível aceitável”, afirma.
O superintendente afirmou que também chegou a procurar a ex-secretária estadual de Saúde, Beatriz Dobashi, para encontrar uma forma de melhorar a atenção as crianças da cidade de Amambai. Porém, ela teria dito para que ele fizesse os encaminhamentos e adquações necessárias.
O deputado Lauro David (PSB) perguntou sobre se há diálogo com a comunidade indígena para encontrar soluções para os problemas. Carmelo esclareceu que há conversa com os conselheiros distritais, indicando que tem aberto as portas ao diálogo.
Matéria e título editados para correção de informações.
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