Proprietário da Buriti só “entrega” fazenda se União garantir pagamento das benfeitorias
O proprietário da fazenda Buriti – em Sidrolândia, a 77 quilômetros de Campo Grande, e que está invadida por índios da etnia terena desde a última quarta-feira (15) – Ricardo Bacha, afirma que só permitirá que a terra seja demarcada como área indígena caso tenha garantias de receberá o valor referente não somente à terra […]
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O proprietário da fazenda Buriti – em Sidrolândia, a 77 quilômetros de Campo Grande, e que está invadida por índios da etnia terena desde a última quarta-feira (15) – Ricardo Bacha, afirma que só permitirá que a terra seja demarcada como área indígena caso tenha garantias de receberá o valor referente não somente à terra nua, mas também pelas benfeitorias que foram realizadas na propriedade.
Um mandado garante a posse da terra para Bacha foi expedido no dia 16. Um oficial de justiça de Campo Grande chegou à fazenda, acompanhado da Polícia Federal, mas a reintegração ainda não foi cumprida por causa da resistência dos terenas – segundo eles, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) apresentou um estudo antropológico que comprova que a terra pertenceu a indígenas.
A questão já foi julgada no Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região – que atende Mato Grosso do Sul e São Paulo – em favor de Bacha. O chefe da Coordenação Técnica da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Sidrolândia, Jorge das Neves, informou que o órgão, além do Ministério Público Federal e a Advocacia Geral da União vão recorrer da decisão e, por isso, os indígenas continuam no local.
“O governo nos vendeu a terra, e existe uma forma legal de compra-la de mim, pelo menos respeitando tudo que investi até hoje. Ou vou ter que esperar mais 10 anos para chegar a uma solução?”, questiona o proprietário rural, referindo-se ao fato de que a briga na justiça pela demarcação se prolongou pelo período e, segundo ele, agora que a legalidade da posse da terra foi comprovada, os problemas surgiram.
Bacha declarou, ainda, não entender porque os indígenas invadiram a propriedade. “Estávamos em processo de negociação avançada com o os índios, tínhamos uma boa conversação”, afirma. Além disso, o proprietário defende que o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) incita as invasões indígenas. “Já foi comprovado na justiça que o laudo antropológico que atesta a memoralidade indígena na terra, apresentado pelo Cimi, está incorreto, mas eles continuam com as invasões”, argumenta.
Os índios terena que estão na fazenda Buriti afirmam que, por mais que tenham perdido em julgamentos anteriores em Campo Grande e São Paulo, não sairão da terra enquanto não houver uma decisão de Brasília. Eles permanecem na porteira do local barrando a entrada de quem quer que seja. Pela manhã, um ônibus com cerca de 30 índios, todos com arco e flecha, chegou para dar reforço ao movimento.
A ocupação da fazenda Buriti teve início na madrugada do dia 15 e, segundo Bacha, cerca de 100 índios entraram na fazenda, por volta das 4h da manhã, dando tiros. Eles teriam cercado a sede, ocupado as invernadas e mantido a mulher de Bacha, o filho e funcionários como reféns. No sábado, a Polícia Federal tomou a sede e liberarou todos, que precisaram sair sob escolta de viaturas.
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