Principais destinos do Carnaval nordestino devem gerar mais de 275 mil empregos

O carnaval é um período de oportunidades para viajar, descansar, se divertir e conhecer pessoas novas. O feriado, no entanto, é particularmente especial para quem quer trabalhar. Centenas de milhares de vagas de emprego temporário são abertas no período e muitos desses postos têm a perspectiva de se tornar permanentes. Só em Salvador e Olinda, […]

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O carnaval é um período de oportunidades para viajar, descansar, se divertir e conhecer pessoas novas. O feriado, no entanto, é particularmente especial para quem quer trabalhar. Centenas de milhares de vagas de emprego temporário são abertas no período e muitos desses postos têm a perspectiva de se tornar permanentes.

Só em Salvador e Olinda, dois dos principais destinos do feriado no Nordeste, estima-se que aproximadamente 275 mil empregos sejam criados, direta e indiretamente. Na capital baiana, são cerca de 210 mil vagas e na cidade pernambucana, 65 mil, segundo dados das prefeituras locais. As áreas que mais contratam são as de serviços e o comércio, devido à demanda que se intensifica com a presença de visitantes nas cidades onde o carnaval é atração.

Olinda, por exemplo, espera receber cerca de 150 mil turistas, o que corresponde a mais de um terço da população da cidade – de 378 mil pessoas, segundo o Censo 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Algo em torno de 95% dos leitos da rede hoteleira de Olinda são ocupados no período.

Nos cinco dias de carnaval, mais de 2 milhões de pessoas devem visitar a cidade. “Grande parte dessa geração de empregos é informal. Quem vem a Olinda vê isso muito claramente nas ruas. Acredito que, se a quantidade de vagas informais abertas não for igual à das formais, está muito perto disso”, informou a coordenadora de projetos da cooperativa de trabalho especializada em serviços, Banco de Horas, Patrícia de Luna. Segundo ela, ainda há o que melhorar para receber os turistas na cidade.

“No Nordeste, qualificação é a palavra de ordem. E isso tem acontecido. Existe um esforço do poder publico de organizar o que se tem, mas, claro, sempre tem o que melhorar. Em Olinda, por exemplo, o que acontece é carnaval de rua, então é uma organização desorganizada”, disse Patrícia.

Em Salvador, a mobilização é ainda maior. Para organizar a festa, 12 secretarias municipais são articuladas, com a contratação de mão de obra para a execução de atividades específicas, como a montagem de trios elétricos, vistorias, acompanhamento de circuito, guias de informação, segurança, limpeza dos locais de festa, transporte, entre outros.

Deverão ser gastos com o carnaval da capital baiana mais de R$ 17,5 bilhões, considerando somente o que foi investido pelos patrocinadores da festa, por meio da Empresa Salvador de Turismo (Saltur).

Os dias de festa ainda estimulam o turismo local. Muitos visitantes nas cidades aproveitam para conhecer os pontos turísticos dessas cidades, visitar restaurantes e fazer compras. Estima-se que o município receba cerca de R$ 1 bilhão.

As oportunidades de trabalho nesses períodos festivos se apresentam em cadeia e estão em diversos setores da economia. Em Olinda, por exemplo, mais de 5 mil toneladas de lixo reciclável são coletadas ao longo do feriado somente na parte histórica da cidade, onde a movimentação é maior.

Além do faturamento com a venda de produtos, há a renda gerada pela reciclagem dos resíduos. Em Salvador, espera-se ultrapassar a marca das 100 mil toneladas de lixo reciclável coletado, alcançada no carnaval de 2012.

De acordo com Joílson Santana, um dos coordenadores do Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia (CCRB) e do projeto Ecofolia Solidária: Trabalho Decente Preserva o Meio Ambiente, cerca de 2,5 mil catadores não cooperativados devem fazer a coleta seletiva de cerca de 70 toneladas de lixo reciclável.

O restante deve ser processado por outras cooperativas. Joílson informou que, desses 2,5 mil catadores avulsos, 30%, ou 750, se deslocam de cidades próximas a Salvador para trabalhar na capital durante o carnaval. “O projeto [Ecofolia Solidária] ajuda muito nesse sentido, pois, ao fazer parte, o catador recebe um kit de proteção individual, com calça, camisa, luva, botas e protetores auriculares.

Eles ainda recebem três tíquetes de refeição diários e têm acesso a cinco centrais de apoio às atividades para onde podem levar o material coletado – o que ajuda, já que não estão na cidade onde costumam trabalhar “, disse.

O projeto Ecofolia Solidária está em sua décima edição em 2013 e tem o objetivo de organizar, armazenar e comercializar o lixo reciclável, diminuindo o impacto sobre o meio ambiente e promovendo a inclusão social.

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