Prefeito diz que não teme cassação e acusa oposição de fazer trama para prejudicá-lo

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), garantiu na manhã desta sexta-feira (17) que não teme o resultado da consulta feita pela Comissão de Finanças da Câmara ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) para saber se ele cometeu ou não improbidade administrativa, que pode levar a cassação do mandato.

Bernal foi questionado sobre o porquê do líder dele, Alex do PT, ter brigado para fazer um relatório ao anexo que seria enviado ao TCE e disse que não se trata de medo. “Não há nenhum temor. Queremos mostrar que foi feita uma trama para prejudicar a administração e criar uma situação de escândalo, talvez muito mais para criar capim para alimentar uma besta chamada sensacionalismo”, criticou.

Na avaliação de Bernal, os vereadores falam em cassar o prefeito para atender outros interesses. “Distorceram a fala dos secretários para criar problema e satisfazer um grupo que ficou chateado porque o povo tirou e agora chora pelo leite derramado”, alfinetou.

O prefeito disse ainda que não vai se calar diante de injustiça e má fé de alguns e espera que o Tribunal de Contas do Estado, “composto por gente séria”, resolva a situação para evitar que a opinião pública seja envolvida em “propagandas enganosas”, concluiu.

A oposição aguarda a resposta da consulta a ser feita ao TCE para decidir se pede ou não a cassação do prefeito. O relatório foi produzido pela Comissão de Finanças após oitivas com os secretários de Bernal. Eles alegam que o prefeito cometeu improbidade administrativa ao fazer remanejamento de verba sem autorização da Câmara. Já Bernal nega que tenha feito remanejamento e sustenta que realizou suplementação.

Bernal está autorizado pela Câmara a fazer suplementação de até 5% do orçamento sem pedir, mas não pode fazer remanejamento. A Comissão de Finanças da Câmara entende que Bernal fez remanejamento de R$ 50 milhões. Na audiência pública para apresentar o relatório, Alex do PT tentou fazer considerações, mas foi impedido pela presidente da comissão, vereadora Grazielle Machado (PR). Inconformado, ele pediu cancelamento da audiência, mas conseguiu emplacar apenas um anexo ao relatório da comissão.