PF fará perícia em celulares de vítimas do incêndio na Kiss

A Polícia Federal do Rio Grande do Sul vai periciar telefones celulares e câmeras fotográficas pertencentes às vítimas do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria. O material, que já está de posse da PF, será enviado a Porto Alegre na terça-feira. De acordo com órgão, a Polícia Federal prestará um auxílio para a investigação […]

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A Polícia Federal do Rio Grande do Sul vai periciar telefones celulares e câmeras fotográficas pertencentes às vítimas do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria.

O material, que já está de posse da PF, será enviado a Porto Alegre na terça-feira. De acordo com órgão, a Polícia Federal prestará um auxílio para a investigação da Polícia Civil.

“Vamos prestar um apoio e devolver para a análise da Civil. A PF vai acionar os peritos para acessar os cartões de memória dos aparelhos, para ver se as imagens e textos podem auxiliar na investigação”, disse a escrivão da Polícia Federal Silvana Wallau. “Vamos baixar essas imagens, compilar e repassar novamente para a Polícia Civil.” A PF não tem previsão de quando a perícia será concluída. “O caso terá total prioridade, mas há muito material danificado”, explicou Silvana.

Os familiares das vítimas começaram a retirar na 1ª Delegacia de Polícia de Santa Maria pertences deixados na Boate Kiss durante a tragédia. A polícia, no entanto, não liberou as câmeras fotográficas e os celulares. Os parentes puderam apenas olhar os equipamentos.

Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade.

O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária. Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas.

“Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair”, contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos.

A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior. Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente – dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos.

Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

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