Para tirar irmão do foco no escândalo do Gisa, Marquinhos ataca CPI da Saúde de MS
Com os parentes Nelsinho Trad e Luiz Henrique Mandetta implicados na investigação, deputado atacou CPI por divulgar escândalo do sistema que custou R$ 10 milhões aos cofres públicos e não funciona.
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Com os parentes Nelsinho Trad e Luiz Henrique Mandetta implicados na investigação, deputado atacou CPI por divulgar escândalo do sistema que custou R$ 10 milhões aos cofres públicos e não funciona.
O deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) estava revoltado durante sessão desta terça-feira (10) na Assembleia Legislativa. Após o presidente da CPI da Saúde, Amarildo Cruz, ocupar a tribuna para dizer que Marquinhos estaria espalhando informações falsas sobre os gastos da comissão orçados em R$ 350 mil e citar jornais de MS, Marquinhos foi a Tribuna e atacou Amarildo dizendo que se fosse indiciá-lo, deveria indiciar também a impresa.
Amarildo apresentou um relatório em separado na comissão, opinando pelo indiciamento do irmão do deputado, o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB) e o primo, o deputado federal Luiz Henrique Mandeta (DEM).
A CPI descobriu que Nelsinho e o secretário de Saúde da época, Mandeta usaram R$ 10 milhões dos cofres públicos para pagar por um programa de agendamento de consulta que não funciona, o Gisa. Posteriormente, Mandetta se elegeu deputado federal com gastos oficiais de R$ 1.164.000,00.
O pedido foi feito por Amarildo, porque diferente das CPIs do Brasil, o relator da CPI da Saúde não pediu o indiciamento dos envolvidos nas irregularidades apuradas. Amarildo chegou a ser aplaudido por populares que assistiam a leitura do relatório.
Logo após a conclusão dos trabalhos, Marquinhos que afirma ter gasto R$ 11,2 mil na CPI da Enersul, contra R$ 350 mil da Saúde e solicitou a prestação de contas detalhadas da CPI e abriu guerra contra Amarildo. Na sessão de hoje, o deputado atacou Amarildo e disse na tribuna que o petista tem processo por improbidade administrativa, dano ao erário público, de 2004, quando comandava a Agehab (Agência Estadual e Habitação).
O deputado frisou ainda que no Diário Oficial da União foi publicado que os funcionários da CPI deveriam ser do quadro permanente, o que não aconteceu, uma vez que há notícia da contratação de um técnico de São Paulo por cerca de R$ 70 mil. Marquinhos questionou também os gastos com material gráfico.
No meio de cálculos sobre o número de contratados, com base em declarações de Amarildo à imprensa, Marquinhos criticava a diversidade de números, se foram 10, 15 quando o deputado Zé Teixeira (DEM) repetiu da mesa Diretora, onde estava na ocasião, o que Amarildo disse em discurso, que seriam 19. “Quantos deputados Zé Teixeira? 19? É por isso que vossa excelência é conhecido como o mais sábio dessa casa”, agradeceu ao democrata.
Marquinhos também usou parte do tempo para criticar Amarildo e dizer que se ele seria indiciado, o Midiamax e parte da imprensa sul-mato-grossense que tem noticiado o escândalo com dinheiro público envolvendo os parentes dele, também deveriam ser indiciados.
“Se todo mundo faz eu não vou fazer. Minha consciência deve ser tranqüila para que quando chegar em casa e olhar pras minhas filhas, tenha certeza daquilo que falo. Vou levar a representação ao MPE. Se a responsabilidade é da presidência, da mesa diretora, não sei de quem, quero que diga quanto foi gasto por essa CPI”, ressaltou.
O peemedebista disse ainda que aplaudiu as descobertas da CPI, mas que discordou do voto em separado de Amarildo, desprestigiando o voto dos outros quatro integrantes da comissão.
“Discordo quando Amarildo diz que seu relatório é real, quando fala que o relatório dele é baseado em provas, porque ele desprestigia o voto dos outros quatros. Não se deve acobertar ninguém, seja quem for, mas vá ao MPE porque desmerecer os integrantes é demais. Era o que tinha”, encerrou Marquinhos.
Após encerrar a fala, uma pessoa que assitia da plateia se manifestou sobre o Gisa, o que irritou o deputado. “Vem falar aqui pra mim. Levanta e vem falar”, desafiou Marquinhos. Na mesma hora o presidente Jerson Domingos (PMDB) pos um ponto final no atrito, dizendo que a partir de agora, a competência para este assunto é do MPE.
Amarildo voltou então a tribuna para confimar que ainda não entregou a prestação de contas da CPI, mas que o fará ainda hoje para a Mesa Diretora. O parlamentar afirma que as despesas chegaram próximo à casa dos R$ 350 mil. “O atraso foi justamente por conta de alguns documentos que faltavam, mas tem prazo de 20 dias para a entrega e como a CPI encerrou dia 23, está dentro do prazo”, justificou. (Matéria e título editados para correção de informações às 14h35)
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