Para o presidente, era necessário também indiciar, entre outras pessoas, os médicos José Carlos Dorsa e Adalberto Siufi. Mas a CPI na Assembleia Legislativa preferiu, sob vaias, deixar a decisão para outros órgãos

O fim da CPI da Saúde da Assembleia Legislativa terminou com um relatório final de 104 páginas e inúmeras irregularidades apontadas. Porém, o próprio presidente deputado estadual Amarildo Cruz (PT) discordou do relator Junior Mochi (PMDB) e votou contra o relatório final.

Isso porque após quase sete meses de investigação, o relator não contemplou o indiciamento dos envolvidos nas irregularidades apuradas, fato que motivou o voto em separado do presidente, que foi aplaudido por populares que assistiam.

Para Amarildo 22 pessoas precisam ser mais bem investigadas, sendo que dez precisam ser indiciadas sendo: o ex-prefeito (PMDB), o dono da Telemídia, empresa responsável pelo Gisa, Naim Alfredo Beydoun, o ex-secretário municipal de Saúde, Luiz Henrique Mandetta, outro ex-secretário municipal de Saúde da Capital, , a chefe da Divisão de Convênios e Gestão Responsável pelas Liberações dos Recursos Federais, Silvia Raquel Bambokian, a coordenadora do Gisa, Maria Cristina Abrão Nachif, o presidente do IMTI, João Yamaura, o chefe do setor de Licitações, Bertholdo Figueiró, o ex-diretor do HU/UFMS, José Carlos Dorsa e o ex-diretor do Hospital do Câncer Adalberto Siufi.

“Não me sentia contemplado com o que o relatório final, então agi de acordo com minha consciência. Perdi meu voto, mas votei de forma robusta”, explicou Amarildo. Aprovaram com votos a favor do relatório os deputados Lauro Davi (vice-presidente), Onevan de Matos (membro) e Eduardo Rocha (membro), sob vaias por não terem incluído os indiciamentos.

Os outros membros entenderam que o relatório estava completo e que não tinha porquê pessoas que nem foram ouvidas serem indiciadas, como o ex-prefeito de e secretário de Estado, Nelson Trad Filho.

“O Nelsinho não foi ouvido porque não foi autorizado pela maioria na CPI, apesar de que ouvimos ex-prefeitos e atuais prefeitos no interior, mas eu fiz minha parte”, lamentou Amarildo deixando claro o favorecimento pelos outros membros, como Mochi, presidente do PMDB, atual partido de Nelsinho.

Figura que escapou da sugestão de indiciamento foi a ex-secretária estadual de Saúde, Beatriz Dobashi. Outra divergência apontada por Amarildo é de Mochi não ter observado no relatório o fato do Governo do Estado não ter comprovado que aplica os 12% na Saúde como prevê em lei.

Para o presidente também ficou claro as evidências de fraude, favorecimento de certame e conluio com a contratação da empresa Telemídia Tecnology, para o sistema Gisa, que iria informatizar todo o sistema público de saúde e após R$ 10 milhões gastos não está totalmente concluído.

Com a não aprovação dos indiciamentos, o relatório final da CPI vai ser encaminhado para os órgãos competentes para a tomada das providências criminais e civis, que dentre outras coisas, pode pedir a devolução de dinheiro aos cofres públicos.