Negócio da China: empresários ‘apelam’ na briga por troco e até compram moedas em Campo Grande
Quer vender dinheiro? Basta ir a uma lanchonete no centro de Campo Grande e trocar R$ 98 em moedas por uma nota de R$ 100. A oferta, que mais parece sugestão de criança tentando enganar os pais, é uma realidade na capital de Mato Grosso do Sul. Com uma folha de papel sulfite, a empresária […]
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Quer vender dinheiro? Basta ir a uma lanchonete no centro de Campo Grande e trocar R$ 98 em moedas por uma nota de R$ 100. A oferta, que mais parece sugestão de criança tentando enganar os pais, é uma realidade na capital de Mato Grosso do Sul.
Com uma folha de papel sulfite, a empresária chinesa propõe um negócio vantajoso na parede do comércio por falta de moedas para trocos no seu estabelecimento. “Faltam moedas, a gente não tem às vezes para dar troco e muita gente não aceita bala para completar”, explica.
Na manhã deste domingo (6), uma mulher assaltou a própria bolsa e encontrou R$ 20 em moedas para trocar com a empresária. A chinesa não escondia o contentamento no rosto. “É muito bom quando oferecem para trocar, ajuda o trabalho da gente”, disse.
As razões para a falta de circulação das moedas são várias, desde a dificuldade em transportá-las e perdê-las com a correria da rotina até as doações onerosas aos cofrinhos dos filhos. Em levantamento recente, o Banco Central revelou que existem 18 bilhões de moedas em circulação no Brasil, o que corresponde a 135 mil toneladas do produto.
Vergonha para quem carrega e desejo de quem fica sem, as moedas cumprem papel importante no comércio por facilitar o troco e estabelecer relações de troca justas.
O Banco Central confirma na primeira Pesquisa de Qualidade de Cédulas e Entesouramento de Moedas Metálicas, do ano passado, que o cofrinho é o grande vilão do sumiço das poderosas peças de aço inox.
De cada dez moedas produzidas no país desde o lançamento do Plano Real, em 1994, praticamente três já saíram de circulação. De acordo com o levantamento, do total de 18,735 bilhões de moedas emitidas nesses 18 anos até o fim de 2011, 5,134 bilhões (27%) deixaram de circular. Essa quantidade de moeda que saiu de circulação corresponde, em valor de face, a R$ 508,3 milhões.
Quanto custam as moedas?
Para produzir as mais de 5 bilhões de moedas que deixaram de circular, a União teria que desembolsar para a Casa da Moeda cerca de R$ 1,1 bilhão. A produção de uma única moeda de 5 centavos tem custo de 21 centavos; para produzir uma moeda de 10 centavos, o governo gasta 25 centavos. E para uma de 25 centavos são gastos 34 centavos.
Por ano, 5% das moedas saem de circulação no país, percentual semelhante aos Estados Unidos e inferior ao México (10%). As moedas de 1 centavo são mais entesouradas do que as de R$ 1 (7,4% e 3,3%, respectivamente).
Serviço
Quem quiser reclamar a falta de moedas basta ligar para o Banco Central no telefone 0800 979-2345. Para trocar as moedas por cédula basta procurar a lanchonete Zhu Lanches na rua 14 de julho, quase esquina com a avenida Afonso Pena.
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