Mulher morre após injetar acrílico no bumbum e deixa quatro filhos em choque em São Paulo

Há três semanas, a supervisora de telemarketing Sueli de Oliveira, de 37 anos, morreu após ter passado uma cirurgia para aplicação de acrílico para aumentar o bumbum. Segundo informações do boletim de ocorrência, a médica responsável pela injeção disse que Sueli sofreu convulsões, o socorro foi chamado, mas ela não resistiu. O caso aconteceu em […]

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Há três semanas, a supervisora de telemarketing Sueli de Oliveira, de 37 anos, morreu após ter passado uma cirurgia para aplicação de acrílico para aumentar o bumbum. Segundo informações do boletim de ocorrência, a médica responsável pela injeção disse que Sueli sofreu convulsões, o socorro foi chamado, mas ela não resistiu. O caso aconteceu em Moema, zona sul de São Paulo.

De acordo com o irmão da vítima Ernani Sigoli, a família espera o laudo da perícia do IML (Instituto Médico Legal) para entender melhor a morte da irmã. Enquanto isso, os parentes cuidam dos quatro filhos que a supervisora de telemarketing deixou. O pai dos jovens morreu há alguns anos vítima de um acidente de carro.

“Eles estão morando com a minha mãe, porque não querem ficar na casa da Sueli. Eles choram quando se lembram dela.”

De acordo com a polícia, a médica disse em depoimento que Sueli a procurou para realizar aplicação de botox. A supervisora teria encontrado a profissional após uma indicação. Ainda segundo a polícia, na mesma semana, Sueli entrou em contato para agendar outro procedimento, o preenchimento do glúteo.

Durante o procedimento, a paciente reclamou que estava sentindo o gosto da anestesia na boca e, em seguida, sofreu convulsões. O socorro foi chamado, mas a vítima não resistiu. A injeção de acrílico aconteceu no apartamento da própria profissional.

Revoltado pela demora na investigação do caso, Sigoli diz que ficou surpreso com a morte da irmã, já que ela nunca comentou ter vontade de realizar operações estéticas.

“Ela era uma mulher muito inteligente, cuidava das coisas dela, era cuidadosa e não iria cair em nenhuma conversa. Ela não iria tratar uma aplicação deste tipo com se fosse um atendimento como pé e unha. Ela não viu maldade nenhuma e foi levada para o apartamento duplex. Um absurdo o que aconteceu. A médica sabia do risco. “

De acordo com a polícia, no apartamento foram apreendidos medicamentos, seringas, agulhas, uma maleta com instrumentos médicos e uma câmera digital. Foi solicitada perícia para o local e que a médica fizesse a apresentação do diploma e comprovante de especialização, além de notas fiscais dos medicamentos utilizados. O caso está sendo investigado pelo 27º Distrito Policial, em São Paulo

O metacrilato, mais conhecido como acrílico, pode causar obstruções, necroses, embolia pulmonar e até morte. De acordo com o cirurgião plástico Alan Bernacchi da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), a substância deve ser usada apenas em reconstruções como, por exemplo, para colar ossos fraturados.

“No momento de sua aplicação ele é um fluido, depois vira um plástico, um acrílico mesmo, sem maleabilidade nenhuma. Se esse acrílico abraçar um nervo da perna e fizer uma simbiose com a musculatura, isso pode gerar uma inflamação. É uma dor para o resto da vida. Para retirar, tem que cortar tudo, músculo e nervo.”

O diretor regional da SBCP, Fernando de Almeida Prado Filho, explica que não há outra maneira de retirar o metacril do corpo sem “amputar” parte do músculo.

“Se a substância aplicada nos seios, por exemplo, gerar efeitos colaterais, a paciente precisará se submeter a uma mastectomia subcutânea (remoção do tecido mamário).”

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