MPE investiga secretário que agrediu a socos presidente do conselho de Saúde
A agressão teria occorido após o presidente do conselho solicitar à representantes da secretaria uma relação de nomes dos servidores junto com a folha de pagamento.
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A agressão teria occorido após o presidente do conselho solicitar à representantes da secretaria uma relação de nomes dos servidores junto com a folha de pagamento.
O Ministério Público Estadual ingressou no último dia 7 de maio com denúncia na comarca de Itaporã (MS) contra o atual secretário de Saúde de Douradina (a 139 quilômetros de Campo Grande), Francisco Honorato Rodrigues. Ele é investigado por agredir o então presidente do Conselho Municipal de Saúde do município, Jeosafa da Rocha, há cerca de um ano.
As agressões teriam acontecido porque Rocha investigava a saúde pública de Douradina. À época, um inquérito policial foi aberto, e até hoje não foi concluído. Na denúncia, o MPE pede que Rodrigues responda pela acusação e seja convocado para interrogatório no prazo de dez dias.
A agressão ocorreu antes do início de uma reunião do Conselho. As discussões nem chegaram a acontecer porque, conforme o boletim de ocorrência registrado, Rodrigues chegou ao local alterado, e desferiu socos no rosto de Rocha. As lesões foram comprovadas por exame de corpo de delito.
Na opinião de Rocha, a agressão foi motivada pelo cumprimento de sua função como conselheiro – a de zelar pelo interesse público. Ele havia solicitado à representantes da secretaria que levassem à reunião uma relação de nomes dos servidores municipais da saúde, junto com a folha de pagamento dos últimos três meses.
“Na época, vários funcionários nos procuraram reclamando que estavam recebendo valor inferior ao salário normal. Ao mesmo tempo, o repasse da verba municipal para a saúde se manteve, ou seja, onde este dinheiro foi parar?”, questiona Rocha.
Por tentar investigar saúde de Douradina, Rocha passou a sofrer represálias
Depois disso, o conselheiro foi destituído do cargo pela administração pública. Rocha ocupou o cargo de presidente por quatro meses, enquanto o regulamento estabelece o comando pelo período de dois anos.
Apesar da retaliação, Rocha ainda atua como membro conselheiro, mas é “propositalmente esquecido” de ser convidado para as reuniões. “Quando aparece uma coisa para desestabilizar o esquema deles, é esse tipo de coisa que acontece”, acredita.
Hoje, existe um mandado de segurança para que ele retome a posição de presidente no Conselho. “Ainda não chegou uma notificação formal, por isso, continuo apenas como conselheiro”, explica.
Apesar de estar a par do que acontece no setor de saúde de Douradina, Rocha prefere colocar panos quentes na questão. “Mexer com eles (a secretaria municipal) só me traz problemas, discórdia e ressentimento”, afirma.
A reportagem entrou em contato com o secretário de Saúde de Douradina, Francisco Honorato Rodrigues, mas ele se negou a falar sobre o caso.
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