Mesmo após 30 anos de morte, Marçal de Souza inspira luta de indígenas pela terra
Em meio a diversas ocupações indígenas que ocorrem em Mato Grosso do Sul, é recordado nesta segunda-feira (25) os 30 anos do assassinato do líder guarani Marçal de Souza. Símbolo da resistência dos povos indígenas, até hoje, a liderança é inspiração para os índios na luta por suas terras originais. ”Nós buscamos muito se espelhar […]
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Em meio a diversas ocupações indígenas que ocorrem em Mato Grosso do Sul, é recordado nesta segunda-feira (25) os 30 anos do assassinato do líder guarani Marçal de Souza. Símbolo da resistência dos povos indígenas, até hoje, a liderança é inspiração para os índios na luta por suas terras originais.
”Nós buscamos muito se espelhar nele. Na coragem de falar e o que pensa e mostrar o que estava acontecendo com o povo indígena”, afirma o jornalista terena, Sidney Albuquerque, que participa nesta noite do Seminário: A arte, a impunidade e o extermínio. O debate é parte da programação do evento ’30 anos de Impunidade’, organizado pelo grupo Teatro Imaginário Maracangalha, em homenagem ao líder.
Sidney reside na primeira aldeia urbana do Brasil, a Marçal de Souza. O batismo foi uma das mais significativas homenagens que o líder recebeu após a sua morte, já que seu assassinato permanece impune.
Os acusados da morte, Líbero Monteiro de Lima e Rômulo Gamarra, foram absolvidos em julgamento realizado somente dez anos depois, em 1993. Marçal foi morto na porta de casa em Antônio João. Das cinco balas que o atingirão, uma acertou sua boca, mostrando claramente a tentativa de calá-lo.
Sidney avalia que poucas atitudes foram tomadas pelo governo na tentativa de mudar a realidade dos conflitos indígenas no Brasil. “Várias outras lideranças foram assassinadas e tendo Marçal como espelho a comunidade não se intimidou e continuou buscando seu direito as terras originárias”, afirma.
A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) estima que cerca de 80 propriedades rurais estão ocupadas hoje no Estado. Um dos conflitos recentes mais intensos, ocorrido em maio deste ano, durante a reintegração de posse da fazenda Burit, em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande. A ação da polícia federal deixou um índio morto e vários outros feridos.
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