Maníaco da Cruz vai para a Santa Casa e é tratado como ‘paciente de luxo’ do hospital

Ele não está tomando medicamentos, recebe visita de enfermeiros, médicos e permanece em quarto com ar-condionado sem prazo definido pelas autoridades responsáveis pelo seu caso.

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Ele não está tomando medicamentos, recebe visita de enfermeiros, médicos e permanece em quarto com ar-condionado sem prazo definido pelas autoridades responsáveis pelo seu caso.

Embora sozinho em um quarto da enfermaria, no 5ª andar da Santa Casa de Campo Grande, Dionathan Celestrino, 21 anos, conhecido como o ‘Maníaco da Cruz’, é tratado como um ‘paciente de luxo’ do hospital. Ele não está tomando medicamentos, recebe visita de enfermeiros, médicos e permanece no local sem prazo definido pelas autoridades responsáveis pelo seu caso.

“A ordem judicial para a sua internação não fala em tempo, apenas da obrigatoriedade de retirá-lo de cela onde estava, na 7ª Delegacia de Polícia. Ele agora recebe um acompanhamento da saúde, mas não apresenta nenhuma patologia física e clinicamente está bem”, afirma Antônio Lastória, diretor técnico da Junta Administrativa da Santa Casa.

Desde que chegou ao hospital, por volta das 19h15 de ontem (3), o serviço de psiquiatria do hospital assumiu o caso. “Ele ainda não está sendo tratado como um paciente psiquiátrico e não temos prazo para fazer a definição, que pode durar cinco dias bem como uma longa data. Aqui é um local que recebe pacientes com alta rotatividade, então não temos previsão para falar sobre ele”, avalia o diretor da Junta.

Um dos profissionais do corpo clínico de Dionathan, que conta com 10 pessoas, é o Dr. Luiz Salvador, referência na área segundo o diretor Lastória. “Caso for confirmado algum diagnóstico, ele será levado para a ala psiquiátrica. Aqui temos os leitos no hospital geral, além do isolamento para aqueles com surtos psiquiátricos, por exemplo. Mas ele passará por uma gama de exames e permanece sem algemas, sob custódia do Estado”, conta o diretor da Junta.

Assim que chegou ao hospital, os responsáveis não receberam nenhuma recomendação sobre o seu comportamento, conforme Lastória. “Nós apenas entramos em um consenso e não permitimos a entrada de estranhos no local. Ele fica isolado, com uma divisória e escolta 24h de três policiais. E, como não podemos ter grades, por conta do projeto de incêndios do Corpo de Bombeiros, colocamos rebite na janela basculante”, afirma o diretor da Junta.

Quieto, o ‘maníaco da cruz’ também não fez pedido algum na sua primeira noite no hospital. “Ele fica próximo aos 36 pacientes instalados atualmente. O hospital está lotado como sempre, mas a Santa Casa jamais iria se negar a receber o paciente. E esse tipo de trabalho também foi feito há alguns anos, quando recebemos um paciente da Penitenciária Federal, que chegou de aeronave com forte esquema de segurança”, comenta o diretor.

Sobre a escolha da Santa Casa, o diretor ressalta que, quando foi expedida a decisão da instalação em uma unidade de saúde. “Foi uma questão de logística, principalmente pelo corpo clínico preparado e porque o Hospital Nosso Lar, o Hospital Regional e o Universitário não ofereciam condições adequadas”, finaliza o diretor.

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