Mais de três mil mulheres agredidas procuraram delegacia este ano na capital

Após morte de três mulheres, cujos autores foram os próprios companheiros ou ex-namorados, a delegada Rosely Molina alerta população para que procure a polícia logo nos primeiros indícios de agressividade na relação

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Após morte de três mulheres, cujos autores foram os próprios companheiros ou ex-namorados, a delegada Rosely Molina alerta população para que procure a polícia logo nos primeiros indícios de agressividade na relação

Três mil mulheres já procuraram a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) para registrar boletins de ocorrência contra seus namorados, maridos ou ex, de acordo com a delegada Rosely Molina.

Somente nesta semana, duas mulheres foram mortas pelos seus companheiros, e outras duas sofreram tentativa de homicídio.

De acordo com a delegada, os tipos de violência são quatro: física, psicológica, sexual e patrimonial (como quando o companheiro ou ex-companheiro destrói objetos pessoais, ateando fogo nas coisas, jogando-as fora ou vendendo imóveis sem consentimento da vítima, por exemplo).

“Ela deve estar atenta aos primeiros sinais de violência”, conta Molina, lembrando que dificilmente nesses casos, o homicídio não possui um histórico de violência.

Casos

Ana Paula Virgílio dos Santos de 24 anos, foi morta com facadas no peito, na avenida Julio de Castilho, no bairro Jardim Panamá volta das 23h50 desta quinta-feira (11). Marcos José de Almeida de 35 anos, foi preso logo após o crime, e, na delegacia, negou a autoria e conta disse que não lembrava de nada.

Testemunhas relataram que as brigas eram frequentes e que ambos eram usuários de drogas.

A outra vítima foi Edna Nascimento da Silva, 35, morta a tiros, na casa onde morava na rua Capão Redondo, bairro Chácara das Mansões, na noite da última quarta-feira (10).

O irmão da vítima, Elson Gonçalves da Silva, 38 anos, contou que sua irmã era casada há 18 anos com o autor e tinha três filhos.

Após quatro dias de separação, de acordo com o registro policial, o ex-marido teria ido à residência da vítima para conversar, mas em determinado momento, ele sacou um revólver e começou a atirar em direção de Edna.

O ex-marido de Edna, Joselmal Gomes Fernandes de 53 anos, disse que se entregaria à polícia nesta sexta, porém a delegada da Deam, afirmou que o mesmo não apareceu para prestar depoimento.

A primeira vítima desse ano, foi Sirlei Machado Ferreira, de 30 anos, morta com um tiro à queima roupa pelo ex-marido no último dia 25 de maio, na Rua Jabuti no Bairro Canguru. Após o crime, Nei Calixto Ribeiro se apresentou à polícia.

Nos últimos dias, duas mulheres também foram vítimas de tentativa de homicídio. Em um deles, M. do S.L, de 37 anos, moradora do bairro Moreninhas, foi esfaqueada no pescoço, na noite de quinta-feira (11), pelo marido, Bolívar da Silva Oliveira Neto, de 32 anos, que fugiu em seguida. Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada a Santa Casa.

Outra vítima de tentativa de homicídio, foi N dos S. O., de 23 anos, que levou nove tiros no último dia 28, do ex-marido, Fábio Souza Santos, que está foragido.

A tentativa de homicídio ocorreu em frente a casa da vítima, já que o agressor descobriu seu atual endereço, no bairro São Conrado, e pediu a ela para entregar um presente ao filho. Assim que abriu a porta do imóvel, ela foi alvejada. 

Segundo a delegada Rosely Molina, é necessário que a vítima procure a polícia logo nos primeiros sinais de violência, para que as agressões não se tornem cada vez mais graves e com mais frequência, mostrando ao parceiro que a atitude não será tolerada.

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