José Genoino quer ficar na Papuda se voltar ao regime semiaberto

O deputado federal licenciado José Genoino (PT-SP), condenado no julgamento do mensalão, manifestou nesta quarta-feira a intenção de ficar no Distrito Federal caso o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, revogue a prisão domiciliar provisória concedida na semana passada. De acordo com a defesa do petista, Genoino “aceita cumprir a pena privativa de liberdade no Distrito Federal”.

Por outro lado, prossegue a defesa na petição apresentada ao Supremo, caso Barbosa conceda em definitivo o regime domiciliar, Genoino gostaria de cumprir a pena em sua residência em São Paulo. “Tal situação prisional deverá, em breve, tendo em vista o grave quadro físico-clínico do requerente, ser convolada em definitiva. Nesta hipótese, a prisão deverá ser cumprida na residência do sentenciado, na cidade de São Paulo”, escreveu o advogado Luiz Fernando Pacheco.

Ontem, Barbosa recebeu da junta médica indicada pela Universidade de Brasília (UnB) o laudo dos exames realizados no petista no último sábado. De acordo com os médicos, a situação de Genoino não é grave e sua permanência no regime domiciliar ou hospitalar não é imprescindível para a continuação do tratamento de saúde a que vem sendo submetido desde que foi preso.

Barbosa enviou uma cópia do laudo para análise do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que ainda não opinou sobre a situação de Genoino. Também não há prazo para o presidente do STF decidir sobre a manutenção ou alteração do regime prisional do petista.

Genoino está na casa de uma das filhas, em Brasília, desde que deixou o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal no domingo. Nesta quarta-feira, a junta médica da Câmara dos Deputados que examinou o petista declarou que ele não possui doença que justifique aposentadoria por invalidez.

Transferências

Antes de Genoino, apenas o empresário Cristiano Paz, ex-sócio de Marcos Valério, havia desistido do pedido de transferência. Morador de Belo Horizonte, ele preferiu ficar no Complexo Penitenciário da Papuda, onde cumpre pena na mesma cela que Valério, o ex-sócio Ramon Hollerbach e o ex-executivo do Banco Rural José Roberto Salgado.

Também nesta quarta-feira, Rodrigo Janot se manifestou favorável ao pedido de Kátia Rabello, ex-presidente do Rural, e de Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Marcos Valério, de transferência para Belo Horizonte, em Minas Gerais. Advogados envolvidos no caso, no entanto, já admitem que as duas também podem desistir dos pedidos para ficar em Brasília.