O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse durante uma sabatina sobre a mobilidade realizada pela rádio CBN na manhã deste sábado (28) que só não usa o transporte público para se locomover na capital paulista por uma questão de segurança.

“Da minha casa até a prefeitura levaria apenas cinco minutos se utilizasse o ônibus. Chego a gastar mais que o triplo do tempo para ir de carro”, relatou ele ao destacar as vantagens dos corredores exclusivos para os transportes públicos. Haddad afirmou já ter testado o trajeto, mas completou que ainda não conseguiu incorporá-lo a sua rotina. “Conversei com a minha equipe de segurança para que possamos viabilizar essa prática”

Para o prefeito, a segurança vai além da de sua individualidade, já que envolve a “uma instituição” e, por isso, acaba sendo ainda “mais complexa”. Ainda assim, segundo o prefeito, sua mãe de 75 anos usa o transporte público para se locomover pela cidade, assim como seus filhos e familiares.

Durante o debate, os participantes chegaram a sugerir que a Prefeitura de São Paulo criasse uma linha específica para o prefeito e para os secretários. Haddad, no entanto, rejeitou a ideia e disse que quer usar os mesmos meios utilizados pelos paulistanos.

Inspeção veicular

Ao debater a questão sobre inspeção veicular, Haddad voltou a alegar ser contra a vistoria dos carros novos. “É uma oneração para os cofres públicos e para o próprio cidadão”, aponta ele ao relatar a responsabilidade das multinacionais pela emissão de gases tóxicos desses veículos. “Quase 100% dos automóveis novos e seminovos que passam pela inspeção são aprovadas.”

Diante do índice de aprovação desses veículos, na opinião dele, não faz sentido a inspeção. Por esse motivo, Haddad aprovou o decreto 53.989, publicado no “Diário Oficial” da cidade no dia 14 de junho. A partir de 2014, os automóveis com até três anos de fabricação não precisem passar pela vistoria. O prefeito também adotou o reembolso da taxa de R$ 47,44 para os motoristas que forem aprovadas na primeira inspeção.

Haddad também informou que a inspeção veicular na cidade será feita por quatro empresas a partir do próximo ano. O processo licitatório, segundo ele, vai dividir a cidade em quatro lotes, sendo um para cada empresa. Desde o início da licitação, em 2008, a inspeção foi feito apenas por uma empresa, a Controlar, com quem a Prefeitura gasta em torno de R$ 180 milhões com subsídio.

Atualmente, a inspeção veicular é obrigatória apenas na capital paulista. Mas, de acordo com uma determinação da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, o programa será expandido para 124 municípios do Estado de São Paulo em um prazo de até um ano.