Futebol enfrenta tiroteios, ameaças e tentativas de assassinato na Líbia

O futebol da Líbia vive tempos de terror na temporada 2013. Reportagem publicada nesta terça-feira no site da emissora de televisão norte-americana CNN mostra que jogadores e treinadores têm passado por tiroteios, tentativas de assassinato e ameaças de morte em meio ao dia a dia dos jogos dos clubes. O Al-Ahly, maior clube do país, […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O futebol da Líbia vive tempos de terror na temporada 2013. Reportagem publicada nesta terça-feira no site da emissora de televisão norte-americana CNN mostra que jogadores e treinadores têm passado por tiroteios, tentativas de assassinato e ameaças de morte em meio ao dia a dia dos jogos dos clubes.

O Al-Ahly, maior clube do país, por exemplo, tinha um jogo marcado contra o Tersana, cuja realização ficou em dúvida após o treinador da equipe, Hossam El Badry, ter sido baleado no último dia 12 de outubro.

“Nosso treinador foi baleado em sua casa após a partida contra o Al Sowaihili, que terminou em 1 a 1. Ele está bem e seguro, mas muito chateado com o que aconteceu”, informou o clube à imprensa local.

Dois dias depois, o atacante Mohamed Al-Maghrabi, que também joga pela seleção da Líbia, foi baleado no braço por um franco-atirador e levado para um hospital, onde está internado em recuperação. O Al-Ahly, em sua página no Facebook, afirmou que o caso foi uma tentativa de assassinato e que muitos jogadores têm recebido ameaças nos últimos dias pelo celular.

O técnico El Badry decidiu regressar ao Egito para passar uma das festas mais importantes do calendário árabe, e dirigentes do seu clube viajaram ao Cairo para tentar convencê-lo a retornar. No ano passado, o treinador comandou o Al-Ahly do Egito, que ganhou a Liga dos Campeões da África e enfrentou o Corinthians na semifinal do Mundial de Clubes da Fifa, perdendo por 1 a 0.

O presidente do Al-Ahly líbio, Sassi Bouaoun, que está no Egito para tentar levar o treinador de volta, disse que a frágil situação de segurança do país, que há pouco mais de dois anos tirou do poder o ditador Muammar Gaddafi, morto por rebeldes, facilitou a ação de “adversários que não desejam ver o clube no topo da liga” local.

O futebol na Líbia só voltou a ser disputado no mês de setembro, após mais de dois anos de paralisação devido às revoltas populares contra Gaddafi. O país planeja sediar a Copa das Nações Africanas de 2017, mas a onda de violência no futebol pode colocar uma grande barreira ao projeto.

Antes das revoltas que derrubaram Gaddafi, a Líbia havia sido eleita para sediar a Copa da África de 2013, mas o clima política instável na região acabou cancelando a escolha original e levando a competição para a África do Sul, que já tinha a estrutura de estádios da última Copa do Mundo de 2010 pronta para receber o torneio.

Conteúdos relacionados