‘Fumacê’ entra em ação de madrugada e assusta moradores de Campo Grande

Apesar do susto, a maioria aprova o combate à dengue em horário fora do comum e não se importa de acordar com o barulho

Em meio à epidemia de dengue, a população de Campo Grande se assustou com as equipes da Secretaria Municipal de Saúde percorrendo na madrugada, diversos bairros para borrifar veneno. Apesar do susto, muitos moradores do Rita Vieira, Bonança e Caiobá que tiveram o sono interrompido com o barulho dos veículos, estão satisfeitos com a iniciativa.

Como já se sabe, a prefeitura intensificou os trabalhos de combate à doença. Com isso, equipes médicas foram reforçadas nos postos, agentes de saúde percorrem toda a cidade, e diversas regiões com focos de dengue recebem borrifações do fumacê, inclusive, em horários diferenciados.

O Comerciante José Aparecida Viana, 52 anos, contou que acordou assustado com o barulho do fumacê, por volta das 6h30, deste sábado (2), no bairro Caiobá I. Segundo o morador, a região é conhecida por ser foco da doença, ter vários terrenos com matagal e apenas a rua principal é asfaltada.

José contou que sua mulher já teve dengue e está se recuperando da doença. “Eu faço a minha parte, limpo o terreno e não deixo água parada. Então fico feliz porque a prefeitura também está fazendo a sua parte”, contou ao revelar que aprova o trabalho.

Já a professora, atualmente desempregada, Lucila Ortega da Silva, 52, que mora na rua Flora no Portal Caiobá I, contou que o fumcê passou em frente a sua casa às 4h30. “Acordei com o barulho. Pensei, nossa uma hora dessas, e o pessoal já está trabalhando. Achei maravilhoso”.

Ela disse que lém do fumacê, os agentes de saúde também já visitaram sua residência nesta semana. Lucila disse que se preocupa com a doença porque sua irmã, que reside na mesma região, está com os sintomas. Além disso, ela sabe que nos terrenos de muitos vizinhos há focos, porque eles não cuidam.

O interessante é que a estudante Suzana Ferreira Leite, de 14 anos, que mora na mesma rua, contou que viu o fumacê passar apenas à noite. “Está sendo muito bom, o melhor é que eles estão percorrendo duas vezes ao dia. Não ouvi nada durante a madrugada, mas fiquei sabendo que passam também. Na minha casa moram cinco pessoas, e até agora, ninguém foi infectado”, disse.

Já na rua Alberto Ferreira no mesmo bairro, o borracheiro Cleber Oliveira, de 18 anos, contou que acorda todo dia por volta das 5h, da manhã para ir trabalhar, mas que neste sábado ele acordou com o barulho do fumacê. “É muito bom, porque tenho filhos pequenos”, disse.

Sua esposa Ariane Gabriele, 25 anos, é quem cuida do bebê de um mês e da filha de 5 anos. “Já tive dengue um ano antes de ficar grávida. Eu cuido da casa, do quintal, porque sei que é horrível ficar doente. Por isso também aprovo o trabalho da prefeitura”, concluiu.