Fome na Somália matou 133 mil crianças com menos de 5 anos
Uma decisão tomada por extremistas islâmicos de proibir a entrega de ajuda alimentar à população civil e uma “banalização da crise” que anestesiou os doadores internacionais fizeram do centro-sul da Somália o lugar mais perigoso do mundo para ser criança em 2011. O primeiro estudo profundo das mortes por fome na Somália em 2011, divulgado […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Uma decisão tomada por extremistas islâmicos de proibir a entrega de ajuda alimentar à população civil e uma “banalização da crise” que anestesiou os doadores internacionais fizeram do centro-sul da Somália o lugar mais perigoso do mundo para ser criança em 2011.
O primeiro estudo profundo das mortes por fome na Somália em 2011, divulgado nesta quinta-feira, estima que 133 mil crianças com menos de cinco anos perderam a vida durante a crise. Em algumas comunidades, a taxa de mortalidade atingiu 20% da população infantil. O cálculo baseia-se em estimativa de que 6,5 milhões de pessoas viviam no centro-sul da Somália na época.
No mesmo período, 65 mil crianças morreram em todos os países industrializados juntos, comparou Chris Hillbruner, conselheiro de segurança alimentar da Fewsnet, uma entidade patrocinada pelo governo dos Estados Unidos.
“A escala de mortalidade infantil (na Somália) está realmente fora dos mapas”, disse Hillbrunner em entrevista por telefone.
A Fewsnet realizou o estudo em conjunto com a Unidade de Análise de Nutrição e Segurança Alimentar – Somália.
“O mundo demorou demais em responder aos duros alertas de seca. A situação foi exacerbada pelo conflito na Somália. E essas pessoas pagaram com a vida. Essas mortes podiam e deviam ter sido evitadas”, afirmou Senait Gebregziabher, diretor para a Somália da organização humanitária Oxfam.
O novo estudo estima em aproximadamente 260 mil o número total de mortos por causa da fome na Somália. A Associated Press divulgou a informação em primeira mão no início da semana com base em fontes que tiveram acesso ao documento.
Em março de 2011, a fome provocou a morte de mais de 13 mil pessoas na Somália, segundo o estudo. Em maio e junho, 30 mil pessoas morreram em cada mês, e pelo menos a metade delas era de crianças. Apesar disso, somente em julho daquele ano a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou formalmente que havia uma crise em andamento.
Na opinião de Hillbruner, essa demora se deu em parte por causa de uma “banalização” da crise.
“Acho que uma das questões mais importantes é que houve uma banalização da crise na região centro-sul da Somália. E acho que a comunidade internacional acostumou-se a nível de desnutrição e insegurança alimentar no sul da Somália que em outras partes do mundo seriam considerados inaceitáveis”, declarou Hillbruner.
Na época, milhares de somalis caminharam por dezenas ou centenas de quilômetros até chegarem a campos de refugiados no Quênia, na Etiópia e em Mogadiscio. Muitas crianças e muitos idosos, porém, não resistiram à jornada e morreram pelo caminho. As rotas utilizadas por essas pessoas ficaram conhecidas como “estradas da morte”. As informações são da Associated Press.
Notícias mais lidas agora
- Polícia investiga ‘peça-chave’ e Name por calúnia contra delegado durante Omertà
- Ex-superintendente da Cultura teria sido morto após se negar a dar R$ 200 para adolescente
- Suspeito flagrado com Jeep de ex-superintendente nega envolvimento com assassinato
- Ex-superintendente de Cultura é assassinado a pauladas e facadas no São Francisco em Campo Grande
Últimas Notícias
Motociclista é executado a tiros pelo garupa no Pioneiros
Autor e vítima estavam em uma moto Honda Fan, preta
‘Execução de 94% dos projetos propostos’, diz Governo do Estado sobre 2024
Segundo o executivo, a avaliação anual dos contratos de gestão apresentou resultado positivo
CBF anuncia candidatura de Brasília para sediar final da Libertadores
A decisão da competição será disputada no dia 29 de novembro
Corpo de ex-superintendente da Cultura começa a ser velado na noite desta sexta
O professor foi assassinado por um adolescente, de 17 anos, na madrugada desta sexta
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.