Favelados que aguardam casas há 12 anos esperam despejo anunciado pela Prefeitura

Cerca de 40 famílias ocupam uma área da Prefeitura na região das Moreninhas. Eles foram avisados do despejo, marcado para quarta-feira (30) e prometem resistir no local.

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Cerca de 40 famílias ocupam uma área da Prefeitura na região das Moreninhas. Eles foram avisados do despejo, marcado para quarta-feira (30) e prometem resistir no local.

Cerca de 40 famílias, que ocupam uma área verde da Prefeitura de Campo Grande, localizada entre o Novo Jerusalém e Ribeira, nas proximidades da Moreninha III, vivem o desespero do despejo anunciado.

No local cerca de 30 barracos estão montados e outros estão em construção. Mulheres grávidas, crianças e cachorros dividem o espaço, que com a chuva tornou-se barro e dificulta o tráfego de pessoas.

No dia 23 último, os moradores receberem um comunicado da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo, da prefeitura, dando um prazo de cinco dias úteis para que deixem o local. O prazo vence na próxima quarta-feira (30).

Maria José de OIiveira Espíndola, de 35 anos, está entre as pessoas que ocupam o terreno e afirmou não ter para onde ir com o marido quatro filhos, de 9, 12,15 e 18 anos. Com o comprovante de inscrição na Empresa Municipal de Habitação- Emha, ela afirma que há 12 anos aguarda uma resposta.

“Eu vou sempre lá e o pessoal da prefeitura diz que estou em uma fila de espera. Mas sei de gente quer se inscreveu muito depois de mim e já conseguiu a casa. Meu marido é servente de pedreiro e eu ganho um salário. Não dá pra pagar aluguel”, afirmou.

Wilson Luis Correa, de 37 anos, que trabalha com reciclagem e serviços gerais, vive o mesmo drama. Pai de seis filhos, com idades entre 8 e 20 anos, afirma não ter condições de pagar aluguel. “Se pago aluguel não como, então optei por alimentar os bacuris, e a solução foi levantar o meu barraco aqui. Enquanto os bacanas estão com os filhos em boas faculdades, nós aqui só temos dificuldades”, afirmou.

Anteriormente, as famílias estavam em uma área particular ao lado, mas como o proprietário comprovou com documentação a posse, todos saíram pacificamente e há um mês iniciaram a ocupação do novo local. “Olhamos no mapa e vimos que essa área era da prefeitura e estava desocupada. Ficamos sensibilizados e então orientamos eles a virem para cá”, disse Cícera da Silva, 53 anos, aposentada e vice-presidente da Associação dos Moradores da Ribeira.

Cientes que a prefeitura poderá enviar máquinas para derrubas os barracos, na próxima quarta-feira, os moradores já prometem resistir. “Nós vamos lutar pelos nossos direitos, porque a gente paga impostos em tudo. Vamos ficar aqui e resistir com todas nossas forças”, afirmou Wilson.

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