Ex-primeiro-ministro da Polônia, Tadeusz Mazowiecki morre aos 86 anos
O ex-primeiro-ministro da Polônia Tadeusz Mazowiecki (1989-91), o primeiro não comunista da Europa oriental desde a Segunda Guerra Mundial, morreu de causas naturais nesta segunda-feira aos 86 anos, informou a agência de notícias católica “KAI”. Mazowiecki foi um destacado ativista católico, membro fundador do sindicato “Solidariedade” e estreito colaborador do ex-presidente pol…
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O ex-primeiro-ministro da Polônia Tadeusz Mazowiecki (1989-91), o primeiro não comunista da Europa oriental desde a Segunda Guerra Mundial, morreu de causas naturais nesta segunda-feira aos 86 anos, informou a agência de notícias católica “KAI”.
Mazowiecki foi um destacado ativista católico, membro fundador do sindicato “Solidariedade” e estreito colaborador do ex-presidente polonês Lech Walesa, além de escritor, jornalista, filantropo e político democrata-cristão.
Reconhecido por ter impulsionado um ambicioso programa de reformas durante seu mandato, Mazowiecki ficou famoso por ter sugerido, em seu discurso inaugural como primeiro-ministro, que os poloneses traçassem uma “grossa linha” para separar o presente e o passado no âmbito econômico.
“Responderemos apenas pelo que nós fizemos para ajudar a Polônia a sair desta crise”, assegurou.
Após seu triênio como primeiro-ministro, Mazowiecki criou seu próprio partido, o qual se transformou na espinha dorsal da coalizão governamental no início dos anos 90. Posteriormente, quando a formação elegeu outro líder em 1996, ele abandonou a primeira linha da política nacional.
De família nobre, Mazowiecki nasceu no ano de 1927 em Plock, no centro da Polônia, e cursou estudos de Direito na Universidade de Varsóvia, embora nunca tenha se graduado.
Mazowiecki também foi membro da associação católica PAX, controlada pelo Partido Comunista durante uma década. No entanto, em 1955, o político acabou sendo expulso por liderar a denominada oposição interna.
Entre 1961 e 1972, Mazowiecki foi parlamentar pelo partido católico ZNAK e, em 1976, quando não foi autorizado a se apresentar como parlamentar, se uniu à oposição política.
Em agosto de 1980, liderou um grupo de especialistas que apoiou os grevistas de Gdansk em suas negociações com o governo comunista e, um ano mais tarde, foi preso após a imposição da lei marcial.
Mazowiecki teve um importante papel a favor da mudança política em seu país e foi um dos principais arquitetos do acordo que permitiu a realização de eleições parcialmente livres em 1989, quando a “Solidariedade” ganhou por maioria.
Em 1990, foi candidato frente a Walesa nas primeiras eleições democráticas à Presidência da Polônia, mas acabou desbancado no primeiro turno e deu seu apoio ao líder de “Solidariedade”, quem finalmente conseguiu se proclamar presidente da Polônia.
Mazowiecki foi relator especial das Nações Unidas para Bósnia e Herzegovina em 1992 e, três anos mais tarde, assinou um relatório sobre violações dos Direitos Humanos na antiga Iugoslávia.
Em 1995, o político polonês renunciou ao cargo em um protesto contra a falta de resposta da comunidade internacional perante as atrocidades cometidas durante a guerra da Bósnia e, em particular, em Srebrenica.
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