Ex-presidente da Comissão de Licitação nega responsabilidade por Gisa e culpa Instituto

Em depoimento à CPI da Saúde da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (13), a ex-presidente da Comissão de Licitações da prefeitura de Campo Grande, Mara Iza Arteman, negou ter qualquer responsabilidade pela seleção da empresa Telemídia para criar o sistema Gisa. Segundo ela, o edital para a contratação da empresa foi feito pelo diretor da Central […]

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Em depoimento à CPI da Saúde da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (13), a ex-presidente da Comissão de Licitações da prefeitura de Campo Grande, Mara Iza Arteman, negou ter qualquer responsabilidade pela seleção da empresa Telemídia para criar o sistema Gisa.

Segundo ela, o edital para a contratação da empresa foi feito pelo diretor da Central de Compras, Bertoldo Figueiró, mas com base em informações do Instituto Municipal de Tecnologia da Informação (IMTI). “Eles [os funcionários da Central de Compras] não sabiam nada sobre critérios técnicos, sobre TI [Tecnologia da Informação]”, disse. Segundo Mara Iza Arteman, as informações deveriam ter vindo da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).

Envolto de suspeitas de irregularidades, o Gisa até hoje não foi implantado. Ele deveria ser usado para marcar consultas nos postos de saúde por telefone, agilizar consultas e exames, além de informatizar toda a rede pública de saúde na Capital.

Mara Iza Arteman declarou não ter sido orientada a dar um tratamento especial para a licitação, que foi feita em tempo recorde: 30 dias. Ela disse que os prazos foram respeitados, mas que os documentos não foram checados. “Não é feita checagem. São aceitos automaticamentes. Só confere se houver diligencia”, disse.

Para o deputado Lauro Davi (Pros), o Gisa foi um presente de grego. “Parece que esse Gisa foi um Cavalo de Tróia montado para a Telemídia ganhar. Não checaram o endereço da empresa. Encontraram razão social em um paraíso fiscal, Santana do Parnaíba, em São Paulo”, disparou. Ele destacou ainda que a Telemídia é uma empresa “sem know-how, construída de um sonho”, sem experiência comprovada ou mesmo página na internet.

Já o presidente da CPI, Amarildo Cruz (PT), lembrou que até hoje é um mistério o valor pago pela Telemídia para a empresa Alert. Vencedora da licitação, a Telemídia terceirizou todo o trabalho para a Alert, que no entanto não entregou o código fonte do programa.

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