Ex-funcionária diz que Mega Serv ‘mandava’ em funcionários contratados pela Prefeitura

Após problemas com licitação, Prefeitura contratou emergencialmente funcionários da Mega Serv, mas empresa teria continuado ‘mandando’ na mão-de-obra e ainda deixou de recolher FGTS dos trabalhadores.

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Após problemas com licitação, Prefeitura contratou emergencialmente funcionários da Mega Serv, mas empresa teria continuado ‘mandando’ na mão-de-obra e ainda deixou de recolher FGTS dos trabalhadores.

Outra ex-funcionária da Mega Serv, empresa que detinha contrato emergencial com a prefeitura para limpeza das unidades de Saúde na Capital, denunciou que não foi depositado o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) o qual tinha direito.

A Mega Serv esteve entre as empresas investigadas pela CPI da Inadimplência.

Com o comprovante em mãos, Giane Pereira Rodrigues, de 35 anos, mostra que a empresa de Marcos Antônio Marini (Mega Serv) só depositou R$ 77,34, dos quase R$ 400,00 que tinha direito, pelo salário de R$ 690,00 que recebia como auxiliar de limpeza.

Além disso, Giane foi demitida em setembro e logo recontratada pela Prefeitura de Campo Grande, assim como outras 296 pessoas para dar continuidade no serviço após a Mega Serv perder o contrato com a gestão de Alcides Bernal (PP), conforme publicação em Diário Oficial em 9 de setembro.

“Apesar disso, a Mega Serv que mandava na gente ainda. Nos tratam mal. Tudo que a gente tinha que conversar era com o supervisor de lá”, afirma Giane. Mãe de quatro filhos, ela ficou quase um mês contratada pela prefeitura e foi mandada embora, segundo ela, sem nenhuma justificativa.

“Eles nem me explicaram nada, mandaram embora sem motivo, meu acerto veio errado e eu não poderia ter sido demitida, porque eu tive um acidente de trabalho e abri um chamado com a Previdência [Social] que ainda está correndo”, alegou.

Durante uma limpeza ela foi furada por uma agulha. “Tive que tomar os coquetéis de remédios e estou em observação até dezembro. Tenho efeitos colaterais, ainda não consegui pegar meu seguro-desemprego de tanto que eles enrolaram com os meus papéis”, explicou.

Ainda neste mês o Midiamax recebeu denúncias de outras três ex-funcionárias da Mega Serv, que também não receberam o FGTS e confirmam que a empresa ainda atua nos postos com entrega de material de limpeza, mesmo sem contrato. Você pode rever esta matéria clicando aqui.

De acordo com a última entrevista dada pelo secretário municipal de Administração, Ricardo Ballock, no mês passado, a licitação para a contratação da nova empresa para a limpeza está correndo e as concorrentes seriam a própria Mega Serv e a Vyga Prestadora de Serviços.

A reportagem entrou novamente em contato com o advogado da Mega Serv, Ademar Chagas, mas seu escritório afirmou que ele está viajando de novo e que deve retornar o contato desta vez. O depósito do FGTS fora do prazo por lei – até o 5º dia útil – deve ser depositado com acréscimo de multa de 40% sobre o valor.

Conteúdos relacionados