Ex-diretor da CPTM usou esquema igual a Maluf para enviar dinheiro à Suíça

O engenheiro João Roberto Zaniboni, diretor de operações e manutenção da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) entre 1999 e 2003, nas gestões dos governadores Mário Covas e Geraldo Alckmin (ambos do PSDB), utilizou a mesma forma e os mesmos agentes usados pelo ex-prefeito da capital paulista e atualmente deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e […]

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O engenheiro João Roberto Zaniboni, diretor de operações e manutenção da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) entre 1999 e 2003, nas gestões dos governadores Mário Covas e Geraldo Alckmin (ambos do PSDB), utilizou a mesma forma e os mesmos agentes usados pelo ex-prefeito da capital paulista e atualmente deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e também por investidores do caso Banestado para transferir pelo menos US$ 836 mil para uma conta sua na Suíça chamada Milmar.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) suspeita que Zaniboni tenha recebido propina para favorecer a multinacional francesa Alstom em contratos de fornecimento e serviços de revisão geral de 129 vagões.

De acordo com a publicação, Zaniboni se valeu da casa de câmbio Lespan, sediada no Uruguai, e da Goldrat Corporation, que pertence ao doleiro brasileiro Marco Antonio Cursini, para transferir o dinheiro que abastecia sua conta na Suíça.

A Lespan operava nos Estados Unidos para cambistas da América Latina, entre eles doleiros brasileiros. A casa de câmbio enviou US$ 11,3 milhões para uma conta denominada Chanani, que pertence ao doleiro Birigui, de acordo com investigações de uma força-tarefa formada pelo MP paulista e federal. O dinheiro teria sido desviado por Maluf do Tesouro paulista.

A Lespan também foi usada pelo doleiro Toninho da Barcelona para mandar valores para paraísos fiscais, no caso Banestado, de acordo com a publicação.

Investigadores suíços identificaram transferências de capitais a partir de depósitos nas contas Rockhouse e Sunrock, de Arthur Gomez Teixeira e Sérgio Meira Teixeira – apontados como lobistas e elo da Alstom com dirigentes de estatais paulistas. As contas seriam abastecidas pelas offshores GTH Consulting AS e Gantown Consulting AS, administradas pelos Teixeira.

A GTH e a Gantown têm sede no Uruguai e aparecem como prestadoras de serviços de consultoria para a Alstom. De acordo com as investigações, parte do dinheiro recebido migrou para a conta Milmar, de Zaniboni.

A defesa de Zaniboni, afirmou que o engenheiro usou doleiros para transferir valores para a Suíça, mas não teve contato direto com eles e negou qualquer indício de irregularidade no recebimento da quantia movimentada nas contas do ex-diretor da CPTM.

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