Esquema de fraude no Detran-RJ suspendia multas da Lei Seca
O esquema de fraude no Detran-RJ (Departamento Estadual de Trânsito do Rio de Janeiro) desarticulado na última sexta-feira (18) também seria responsável por livrar motoristas infratores da punição, incluindo aqueles enquadrados pela Lei Seca, segundo escutas telefônicas divulgadas pelo “Fantástico” no domingo (20). A operação deflagrada pelo Ministério Público e pela Polícia Civ…
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O esquema de fraude no Detran-RJ (Departamento Estadual de Trânsito do Rio de Janeiro) desarticulado na última sexta-feira (18) também seria responsável por livrar motoristas infratores da punição, incluindo aqueles enquadrados pela Lei Seca, segundo escutas telefônicas divulgadas pelo “Fantástico” no domingo (20). A operação deflagrada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil terminou com 89 presos.
Segundo a investigação do MP em parceria com a Corregedoria do Detran, os envolvidos na fraude alteravam os registros mesmo quando não havia mais possibilidade de recurso.
Mais de 3.000 motoristas foram beneficiados apenas no ano passado, pagando valores que iam de R$ 50 a R$ 1.000. A maioria deles pediu para retirar multas da Lei Seca. Foram encontrados cerca de 5.000 prontuários com indícios de fraude.
Segundo o delegado e corregedor do Detran, David Anthony Alves, este é considerado o maior esquema de corrupção já detectado no órgão. De acordo com o Detran, a quadrilha chegava a lucrar cerca de R$ 2 milhões por mês.
Na capital fluminense, a chamada Operação Cruzamento ocorreu em 29 bairros. Segundo a investigação, o esquema também aprovava veículos na vistoria regular obrigatória, mesmo que eles não tivessem as condições mínimas para trafegar. A corregedoria do órgão já identificou 700 carros que foram usados na fraude.
Os proprietários faziam pagamento de propina em dinheiro a funcionários de postos de vistoria do Detran na capital, região metropolitana e Baixada Fluminense para obter a liberação.
O MP denunciou 181 pessoas pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, falsidade ideológica, falsificação de documento público, inserção de dados falsos em sistema informatizado e supressão de documento público. Destes, foi solicitada a prisão preventiva de 122.
Outras 59 pessoas, já denunciadas, poderão ser presas nos próximos dias caso não paguem fiança estabelecida pela Justiça.
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