Esportistas lamentam morte do “milagroso” Mandela

O mundo esportivo em peso homenageia Nelson Mandela, que morreu na quinta-feira aos 95 anos, incluindo mensagens do Comitê Olímpico Internacional (COI), da Fifa e uma tocante despedida do ex-pugilista Muhammad Ali. O peso-pesado se disse “profundamente entristecido” com a morte do ex-presidente sul-africano, apontado como principal responsável pelo fim do regime racista do apart…

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O mundo esportivo em peso homenageia Nelson Mandela, que morreu na quinta-feira aos 95 anos, incluindo mensagens do Comitê Olímpico Internacional (COI), da Fifa e uma tocante despedida do ex-pugilista Muhammad Ali.

O peso-pesado se disse “profundamente entristecido” com a morte do ex-presidente sul-africano, apontado como principal responsável pelo fim do regime racista do apartheid.

“Ele nos fez perceber que somos o guardião do nosso irmão, e que nossos irmãos são de todas as cores”, afirmou Ali em nota.

“Ele nos ajudou no perdão em grande escala. Ele foi um espírito nascido livre, destinado a pairar sobre os arco-íris. Hoje, seu espírito está se erguendo para os céus. Ele agora está livre para sempre.”

O rúgbi sul-africano também prestou sua homenagem ao “milagre” realizado por Mandela no sentido de unir seu país – o que ficou particularmente claro no seu apoio ao time local, conhecido como Springboks, na Copa do Mundo do esporte em 1995.

Em plena transição para a democracia, ele conquistou a confiança da minoria branca ao usar a camisa da seleção local de rúgbi – vista durante anos como símbolo da supremacia branca.

“Toda as nossas vidas estão mais pobres hoje com a extinção do grande facho de luz e esperança que abriu o caminho para o nosso país por meio da transição para a democracia”, disse Oregan Hoskins, presidente da União Sul-Africana do Rúgbi, em nota.

“Madiba foi um homem de grande visão, determinação e integridade, que realizou o milagre que deslumbrou tanto o mundo quando seus compatriotas. Por meio da sua extraordinária visão, ele foi capaz de usar a Copa do Mundo de Rúgbi de 1995 como um instrumento para ajudar a promover a construção da nação, apenas um ano depois da primeira eleição democrática da história”, disse.

“O sr. Mandela foi crucial também em manter o springbok (uma espécie de gazela) como o emblema da nossa seleção, num momento em que o coro de vozes defendia uma mudança do símbolo, por várias razões. Foi um ato de reconciliação e generosidade de espírito que ninguém poderia esperar.”

A Fifa, entidade que comanda o futebol mundial, determinou que as bandeiras sejam colocadas a meio mastro e que um minuto de silêncio seja observado na próxima rodada de partidas internacionais.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, que está no Brasil para o sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2014 nesta sexta-feira, homenageou Mandela, vencedor do Prêmio Nobel da Paz.

“É com profundo pesar que eu presto meus respeitos para uma pessoa extraordinária, provavelmente um dos maiores humanistas de nosso tempo e um querido amigo meu: Nelson Rolihlahla Mandela”, disse o dirigente suíço em comunicado.

“Quando ele foi homenageado e ovacionado pela multidão no estádio Soccer City, em Johanesburgo, em 11 de julho de 2010, era um homem do povo, um homem de seus corações, e foi um dos momentos mais tocantes que eu já presenciei.”

A última aparição importante de Mandela no cenário global ocorreu na Copa de 2010, a primeira a ser realizada em solo africano. O político compareceu à final, em Soweto, e foi ovacionado pelos 90 mil espectadores.

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