Empresas adotam diálogo para prevenir conflitos com comunidades

Não faltam exemplos de conflitos entre grandes empresas e comunidades locais. Mesmo pequenas queixas podem se transformar em disputas ou conflitos violentos caso não sejam bem administrados. Essa situação é especialmente complexa em grandes projetos extrativos no setor de mineração e petróleo ou em grandes áreas de plantio como madeira, palma ou cana-de-açúcar. Uma pesquisa […]

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Não faltam exemplos de conflitos entre grandes empresas e comunidades locais. Mesmo pequenas queixas podem se transformar em disputas ou conflitos violentos caso não sejam bem administrados. Essa situação é especialmente complexa em grandes projetos extrativos no setor de mineração e petróleo ou em grandes áreas de plantio como madeira, palma ou cana-de-açúcar.

Uma pesquisa de 2011 realizada por um centro americano de promoção do respeito aos direitos humanos por parte das empresas, o centro Shift, em conjunto com a Harvard Kennedy School, mostra que um grande projeto de mineração pode perder até US$ 20 milhões por semana por causa de conflitos mal resolvidos. Isso sem falar quando as empresas são obrigadas a desistir de projetos de bilhões de dólares pela impossibilidade de lidar com tensões que surgem com a população local.

Independentemente da diversidade local, o principal motivo que leva às tensões com as comunidades é a partilha dos benefícios (ou lucros) que esses recursos naturais proporcionam. Líderes peruanos contrários à expansão da mineradora Yanacocha no Peru, localizada na área da segunda maior reserva aurífera mundial, sempre perguntaram: “se estamos pisando em ouro, por que somos tão pobres?”

Além de ser devastador para as comunidades locais, as empresas perdem tempo e dinheiro e têm sua reputação manchada, o que afeta futuras oportunidades de investimento. Por tudo isso, as principais organizações de setores extrativos estão aprimorando sua gestão das relações com as comunidades locais, melhorando as formas de diálogo, a remediação de conflitos e a transparência nas suas ações.

Uma das principais iniciativas nesse sentido é a The Extractive Industries Transparency Initiative (EITI), algo como Iniciativa para a Transparência na Indústria Extrativa. A EITI é uma coalizão de governos, empresas, grupos da sociedade civil, investidores e organizações internacionais. Esse grupo multi-stakeholders vem definindo padrões para publicação dos pagamentos que as companhias fazem para os governos nacionais ou locais em troca da extração e uso dos recursos naturais.

A publicação não garante que o conflito será evitado. Muitas vezes, a disputa está exatamente em como o governo usa esses recursos. Como o dinheiro fica nas mãos do governo central e não chega à região onde está o empreendimento, as comunidades não se beneficiam da riqueza proveniente da exploração dos recursos naturais. A população local, por sua vez, cobra das empresas melhor qualidade de vida e companhias respondem que já pagam os impostos e os eventuais royalties, além de proporcionar empregos e movimentar a economia.

Um relatório do International Institute for Environment and Development (IIED) sobre a atuação da EITI recomenda que a iniciativa disponibilize mais apoio para que as empresas possam comunicar de forma transparente todos os pagamentos feitos aos governos, além de apoiar governos locais e grupos da sociedade civil para “permitir que a população consiga fazer uso das informações e possa responsabilizar os governos e as empresas”.

PARA SABER MAIS

TI sustentável – O Google e a Cisco ficarem em primeiro lugar no sexto ranking de sustentabilidade das empresas de Tecnologia Informação produzido pela ONG Greenpeace. As duas empresas alcançaram 58 pontos em 100 possíveis. Em último lugar estão a Hitachi e a Toshiba. Veja mais em http://www.greenpeace org/international/en/campaigns/climate-change/cool-it/

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