Em festa de Dia das Crianças, mães contam como lutam contra o câncer ao lado dos filhos

Balões, salgadinhos, algodão doce, uma típica festa de Dia das Crianças animou o Hospital de Câncer Alfredo Abrão, na manhã desta terça-feira (8), em Campo Grande. Na frente da mesa de doces, 29 crianças que fazem tratamento contra o câncer esperavam ansiosas o começo da festa. De acordo com a presidente da Rede Feminina de […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Balões, salgadinhos, algodão doce, uma típica festa de Dia das Crianças animou o Hospital de Câncer Alfredo Abrão, na manhã desta terça-feira (8), em Campo Grande. Na frente da mesa de doces, 29 crianças que fazem tratamento contra o câncer esperavam ansiosas o começo da festa.

De acordo com a presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Cleuza Vasconcelos a ação é feita para alegar as crianças e conta com o apoio de voluntários. “Estamos realizando uma festa de Dia das Crianças antecipado para passar alegria para as crianças. Tudo foi feito com a colaboração dos 47 voluntários. Também é realizada Festa Junina e uma festa no Natal”, comenta.

No colo da mãe, Carlos André, 8 anos, era um dos mais falantes na festa. A mãe, Rosemira Ferreira de Souza, 43 anos, diz que há três anos o menino foi diagnosticado com neuroblastoma, um tumor maligno localizado na glândula supra-renal e que atinge principalmente crianças. Rosemira conta que a doença demorou para ser diagnosticada e que o primeiro sintoma foram as dores na barriga. “Ele reclamava muito de dores na barriga”. Antes da mãe terminar a frase, Carlos interrompe para dizer: “Mas não reclamo mais”. O menino está no 4º ano do ensino fundamental e perguntado se é gosta da escola, a resposta é um tímido mais ou menos “Gosto mais de brincar”, afirma.

Sobre a demora no diagnóstico, a mãe explica que levou o garoto a postos de saúde, mas que não era pedido nenhum exame específico. “Ele foi ficando cada vez pior até pedirem a tomografia. Por causa da demora acabou perdeu o rim esquerdo”. O garoto já passou por cirurgia e sessões de quimioterapia. “Das duas outras vezes, foi mais fácil trabalhar com ele, dessa vez ele ficou revoltado e não queria tomar o remédio. Precisou conversar bem com ele”, completa.

De Ponta Porã vem a pequena Jenifer. Há oito meses ela foi diagnosticada com um tumor na cabeça e acabou perdendo visão. A mãe, Karina Vidar,relata que tem mais três filhos e que vem para Campo Grande de 15 em 15 dias para que Jenifer possa realizar o tratamento. Durante a estada na Capital, as duas permanecem na casa de apoio.

“Ela sentia muita dor de cabeça, desmaiava e foi perdendo a visão. Ela fez um exame de vista e saiu uma mancha no exame e depois confirmou que em uma tomografia que era um tumor”. Segundo a mãe, a perda da visão é irreparável. “Ela já fez cirurgia, sessões de radioterapia, mas a parte mais difícil foi a perda da visão. Nem com transplante ela poderá voltar a enxergar”, pontua.

De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o câncer já representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, para todas as regiões do Brasil.

Conteúdos relacionados