Em depoimento no Brasil, Kia revela principal investidor da parceria MSI/Corinthians
Há cerca de um mês, Kia Joorabchian esteve no Brasil para prestar depoimento pela primeira vez no caso MSI/Corinthians, que está sendo investigado pela Justiça brasileira há mais de cinco anos. Segundo fontes ouvidas pelo UOL Esporte, a grande novidade apresentada pelo iraniano foi o nome daquele que seria o principal investidor do grupo que […]
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Há cerca de um mês, Kia Joorabchian esteve no Brasil para prestar depoimento pela primeira vez no caso MSI/Corinthians, que está sendo investigado pela Justiça brasileira há mais de cinco anos. Segundo fontes ouvidas pelo UOL Esporte, a grande novidade apresentada pelo iraniano foi o nome daquele que seria o principal investidor do grupo que injetou dinheiro ilegal no clube do Parque São Jorge na década passada.
Até o momento, a informação fornecida por Kia Joorabchian só é conhecida pelos participantes do processo, que corre em segredo de Justiça. A novidade, no entanto, pode apressar a definição do caso, cuja apuração se arrasta desde 2007, quando o MPF-SP (Ministério Público Federal de São Paulo) apresentou sua primeira denúncia.
O depoimento de Kia Joorabchian fez parte de uma rodada de apurações e aconteceu na 6ª Vara Federal de São Paulo. Além dele, falaram à Justiça o ex-presidente alvinegro Alberto Dualib e o ex-diretor da parceria Paulo Angioni, entre outros acusados no caso. Boris Berezovsky, apontado em um primeiro momento como o cérebro da parceria, será ouvido na Inglaterra com autorização de um juiz brasileiro, segundo seu advogado, que não crê em condenação.
“Tem totais condições [de ser absolvido]. Essa é uma quantia de dinheiro absolutamente insignificante para ele. Não tem porque ser diferente”, disse Alberto Toron.
A reportagem também procurou os principais envolvidos para repercutir os depoimentos recentes. Roberto Podval, advogado de Kia no Brasil, confirmou que seu cliente foi ouvido pela primeira vez em juízo, mas não quis entrar em detalhes sobre o depoimento por conta do segredo de justiça, e falou sobre as chances que ele tem no julgamento.
“Acho que sim [pode ser absolvido]. A gente sempre acha que sim. Acho que as questões foram todas esclarecidas”, disse Podval. O ex-presidente Alberto Dualib também foi procurado, mas não retornou as ligações para comentar seu depoimento. Aos 93 anos, ele foi descrito como “lúcido” por quem esteve presente para ouvi-lo. Angioni confirmou à reportagem que falou à Justiça, mas pediu que seu advogado falasse sobre o caso. “Ele prestou seu segundo depoimento, refutou todas as acusações. Para o Paulo, os investidores sempre foram as empresas estrangeiras”, disse Alexandre Lopes, que se disse seguro da absolvição de seu cliente.
A maior parte dos advogados envolvidos no caso, assim como alguns promotores do Ministério Público que acompanham a apuração, espera que a sentença saia ainda neste semestre, ou pelo menos ainda neste ano. Além de Kia, Berezovsky, Dualib e Angioni, são reús do processo o ex-vice do Corinthians, Nesi Curi, já falecido; o empresário Renato Duprat, idealizador da parceria; o advogado Alexandre Verri; e o empresário iraniano Nojan Bedroud.
Todos são acusados de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Em sua apuração, concluída há mais de cinco anos, o MPF-SP entendeu que transações feitas pela parceria MSI/Corinthians, como as que trouxeram Tevez e Mascherano ao clube, foram feitas de forma ilegal.
A investigação feita pela promotoria contou com escutas telefônicas de diferentes cartolas. A origem dos recursos que deram origem às irregularidades sempre foi um mistério para a Justiça brasileira. Em um primeiro momento, o georgiano Badri Patarkatsishvili foi apontado como o “mecenas” da parceria.
Empresário e político, ele era acusado de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na Rússia e morreu em 2008. Na época da formação da parceria, Badri chegou a receber Alberto Dualib e outros dirigentes corintianos na Geórgia, e por isso foi citado na denúncia brasileira.
Badri e Boris Berezovsky foram sócios na Rússia, mas Patarkatsishvili era apontado como o real dono da MSI. Após a morte do georgiano, porém, o jornal inglês “Guardian” publicou que Boris Berezovsky passou a brigar na Justiça pelos direitos da MSI.
Também acusado de corrupção e foragido da Rússia, seu país natal, Berezovsky teria entrado em uma disputa judicial com os herdeiros de Badri, alegando ser ele o verdadeiro dono da MSI e reclamando direito aos lucros da empresa.
Até 2008, Boris Berezovsky e Kia Joorabchian não podiam pisar em território brasileiro por terem sua prisão preventiva decretada. Neste ano, no entanto, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello suspendeu o pedido em caráter liminar, o que permitiu que o iraniano pudesse prestar depoimento e voltar à Inglaterra, onde vive atualmente como empresário de jogadores.
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