Em busca de protagonismo regional, Dilma articula volta do Paraguai ao Mercosul

Em mais um passo para promover uma reaproximação com o governo do Paraguai, a presidente Dilma Rousseff atenderá ao convite do presidente do país vizinho, Horacio Cartes, e participa nesta terça-feira (29) da inauguração da linha de transmissão para levar energia da binacional Itaipu até a capital paraguaia, Assunção. A inauguração ocorrerá no lado paraguaio […]

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Em mais um passo para promover uma reaproximação com o governo do Paraguai, a presidente Dilma Rousseff atenderá ao convite do presidente do país vizinho, Horacio Cartes, e participa nesta terça-feira (29) da inauguração da linha de transmissão para levar energia da binacional Itaipu até a capital paraguaia, Assunção. A inauguração ocorrerá no lado paraguaio da usina.

Este é o quarto encontro de Dilma Rousseff com Cartes desde sua eleição, em abril deste ano. Nos últimos meses, a presidente brasileira tem atuado como mediadora do diálogo entre Paraguai e Venezuela com o objetivo de fazer com que os paraguaios voltem a fazer parte do Mercosul.

A relação com o Paraguai foi rompida em junho do ano passado, quando o Senado do país aprovou o impeachment do então presidente, Fernando Lugo. Em seguida, por considerar a destituição um golpe contra um presidente democraticamente eleito, posição idêntica à da Corte Interamericana de Direitos Humanos, o Brasil liderou uma campanha que culminou na suspensão do Paraguai do Mercosul e da Unasul.

Nesse espaço de tempo, a Venezuela que, sob a liderança de Hugo Chávez – morto em março deste ano -, era rejeitada pelo Paraguai, passou a integrar o bloco.

Após a morte de Chávez, que se mostrava hermético ao diálogo com o Paraguai, essa aproximação se mostrou mais factível. Em agosto deste ano, durante a cúpula da Unasul em Paramaribo, no Suriname, o sucessor de Chávez, Nicolás Maduro, participou de uma reunião com Cartes articulada por Dilma.

Energia

A inauguração da nova linha de transmissão também terá efeito no acordo firmado entre Brasil e Paraguai em relação ao uso da energia produzida pela binacional. O país vizinho, até agora, usa menos do que 10% da energia produzida por Itaipu – o restante é vendido para o Brasil.

O país começará a utilizar o sistema de 500kV por meio da linha que vai de Hernandárias, próximo à usina, à subestação de Villa Hayes, na grande Assunção. Com o sistema de 500 kV, o país vizinho poderá dobrar esse consumo e vender menos energia para o Brasil.

O baixo consumo energético do Paraguai, no entanto, não se deve à demanda. O país é um grande gerador de energia, mas enfrentava problemas de abastecimento porque não havia investido em infraestrutura de transmissão.

A usina de Itaipu é a maior hidrelétrica do mundo em geração de energia. Tem 14 mil MW de potência instalada. Para o Brasil, Itaipu fornece 17,3% da energia consumida em todo país. Já para o Paraguai, o fornecimento atende 72,5% do consumo. O aumento do uso da energia pelo Paraguai, transmitida pelo Linhão de 500 kV se dará gradativamente. Dos 1.200 MW, o Paraguai deverá usar a partir de agora entre 250 e 300 MW.

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