Dólar fecha em queda diante de melhora do cenário externo

O dólar comercial fechou em queda frente ao real pelo terceiro dia consecutivo, com os investidores reagindo à melhora do cenário externo e ao anúncio da prorrogação do programa de intervenção no câmbio para 2014 e da rolagem antecipada dos US$ 9,93 bilhões em contratos de swap com vencimento previsto para 2 de janeiro de […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O dólar comercial fechou em queda frente ao real pelo terceiro dia consecutivo, com os investidores reagindo à melhora do cenário externo e ao anúncio da prorrogação do programa de intervenção no câmbio para 2014 e da rolagem antecipada dos US$ 9,93 bilhões em contratos de swap com vencimento previsto para 2 de janeiro de 2014. O dólar comercial caiu 0,34%, encerrando a R$ 2,3190, menor patamar desde 28 de novembro. Já o contrato futuro para janeiro recuava 0,57% para R$ 2,331.

Pela manhã, operadores chegaram a verificar a entrada de recursos no mercado à vista, o que contribuiu para a queda da moeda americana no período da manhã.

Hoje o Banco Central rolou os 20 mil contratos de swap cambial ofertados (US$ 990 milhões), que tinham vencimento previsto para 2 de janeiro de 2014. Com o dólar acima de R$ 2,30, o mercado espera que o BC faça a rolagem integral do lote de US$ 9,93 bilhões com vencimento previsto para o início do mês que vem. A autoridade monetária ainda não informou se fará a renovação do restante dos contratos.

Na semana passada, o BC anunciou o programa de intervenção diária no mercado de câmbio será estendido para 2014, mas com alguns ajustes. Para os analistas, no entanto, com o dólar no patamar acima de R$ 2,30 e a demanda ainda alta por “hedge” não há muito espaço para o BC reduzir o volume de oferta diária, que soma US$ 500 milhões em contratos de swap de segunda a quinta, e mais US$ 1 bilhão todas as sextas. “Qualquer medida que signifique uma oferta menor de liquidez poderá causar um desconforto no mercado”, afirma o operador de uma corretora local.

Seguindo o cronograma do programa de intervenção, o BC vendeu hoje mais 10 mil contratos de swap cambial, cuja operação somou US$ 497,4 milhões. A colocação ficou igualmente dividida entre os dois vencimentos ofertados ( março e junho de 2014), e a liquidação da venda ocorrerá amanhã, dia 10, terça-feira.

Os investidores estrangeiros eram os que mantinham a maior posição líquida comprada em dólar na BM&F. Depois de alcançar o recorde histórico de US$ 21,400 bilhões no dia 3 de dezembro, os estrangeiros reduziram a posição comprada na moeda americana para US$ 18,081 bilhões na última sexta-feira, 6 de dezembro, diante da melhora do cenário externo e da redução da aversão a ativos de maior risco.

Já os investidores institucionais, representados por fundos de investimento e de pensão, aumentaram a posição líquida comprada em dólar de US$ 7,904 bilhões para US$ 8,082 bilhões na última sexta-feira, apostando na valorização da moeda americana.

Lá fora, o dólar caía frente às principais moedas, com queda mais acentuada principalmente frente ao euro, à libra e ao peso mexicano. Esse último tem se beneficiado dos sinais de recuperação da economia americana e também da notícia do apoio por parte do Senado do país a uma ampla reforma no setor de petróleo que deve impulsionar a economia mexicana nos próximos anos e atrair recursos. O Dollar Index, que acompanha o desempenho da divisa americana frente a uma cesta com as principais moedas, recuava 0,16%.

Depois dos dados positivos verificados no relatório sobre o mercado de trabalho nos EUA (payroll), o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard , que tem direito à voto na reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc), afirmou que o mercado de trabalho parece preparado para uma melhora contínua e que as chances da autoridade monetária americana iniciar a redução dos estímulos estão aumentando.

Depois de anteciparem os dados bons do mercado de trabalho, os investidores aproveitaram na sexta-feira para realizar parte dos lucros com as posições compradas em dólar, levando a moeda americana a cair frente às principais divisas.

Conteúdos relacionados