Desfile do Grupo Especial em Corumbá vai de exaltação ao município às histórias infantis

A noite desta segunda-feira, 11 de fevereiro, é a mais aguardada entre os desfiles da avenida General Rondon neste carnaval. Reservada às escolas de samba do Grupo Especial, a passarela do samba reunirá na disputa pelo título do carnaval corumbaense enredos de exaltação (Unidos de Vila Mamona), homenagens (Mocidade Independente da Nova Corumbá), memória (Acadêmicos […]

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A noite desta segunda-feira, 11 de fevereiro, é a mais aguardada entre os desfiles da avenida General Rondon neste carnaval. Reservada às escolas de samba do Grupo Especial, a passarela do samba reunirá na disputa pelo título do carnaval corumbaense enredos de exaltação (Unidos de Vila Mamona), homenagens (Mocidade Independente da Nova Corumbá), memória (Acadêmicos do Pantanal) e até mesmo aqueles que prometem deixar o lado infantil dominar a avenida (A Pesada e Império do Morro).

Acadêmicos do Pantanal

A primeira a desfilar na noite é a Acadêmicos do Pantanal que deve levar 960 componentes para contar o enredo “Recordar é Viver”, fazendo alusão à trajetória dos carnavais da agremiação. A escola traz cinco carros alegóricos e 11 alas, sendo que, na bateria, estarão 90 ritmistas.

“Viemos para ficar no Grupo Especial. Não sei quem vai descer, mas a Acadêmicos do Pantanal veio e vai ficar”, disse a este Diário Jackelyny Pazzolyny, uma das fundadoras da agremiação carnavalesca e que divide o trabalho de criação com o carnavalesco Jessé.

A agremiação passa por um período delicado internamente. A morte da matriarca e fundadora, Nilce Peixoto da Costa, mais conhecida como “Bizuca”, abalou a todos. “Há três meses perdemos minha mãe, a ‘Bizuca’. Ela foi a fundadora da Acadêmicos do Pantanal e o último carro alegórico será em homenagem a ela. A escola irá desfilar com 960 componentes, este será o maior desfile da Acadêmicos. Agora que conseguimos subir para o primeiro grupo, o desfile pede mais detalhes, mais investimentos. Estamos lutando por um desfile mais planejado, mais elaborado”, descreveu Jackelyny.

A Pesada

A Pesada é a segunda a desfilar e deverá mostrar um carnaval com a temática adotada pela escola nos últimos anos. Com o enredo “Alice leva A Pesada para uma viagem encantada ao Mundo das Maravilhas”, a agremiação deve levar 16 alas e 5 carros alegóricos para a passarela do samba.

Tendo como fio condutor a famosa aventura de Lewis Carroll, “Alice no País das Maravilhas”, a Pesada vai passear por várias histórias, entre elas, Pinóquio, O Mágico de Oz e Chapeuzinho Vermelho em suas alas, quesitos e carros alegóricos. “Nosso diferencial vai ser a beleza, cor e brilho, além do nosso enredo que é fácil e rico de ser trabalhado”, afirmou o carnavalesco Roberto Barrios Padilha, conhecido como “Betinho”.

A Pesada quer fazer uma apresentação impecável com o enredo “Alice leva A Pesada para uma viagem encantada ao Mundo das Maravilhas”. “No ano passado pecamos, tivemos erros, mas pequeninos, que ao invés de os jurados tirarem décimos, tiraram pontos, mas esse ano, podem esperar que vamos vir para brigar pelo título”, avisou Betinho ao lembrar que em 2012 o desfile da Pesada, que contou a história da “Baratinha e Dom Ratão”, foi considerado pela população um dos melhores dentro da trajetória da escola.

Unidos da Vila Mamona

Voltando ao grupo Especial, a Unidos da Vila Mamona vem com um enredo que exalta Corumbá, marcando a estreia do professor Sandro Assef como carnavalesco. “Nas Asas da Águia Viajando Sobre Corumbá – Orgulho de ser Pantaneiro” é um enredo que pretende falar da cidade por vários prismas: científico, histórico, cultural e, sobretudo, emocional.

“Utilizamos alguns materiais até então não usados em Corumbá; são muitas peças fundidas em vacuum forming e acetato moldado como, por exemplo, a cabeça do boi tucura. Queremos dar um ar mais profissional para os acabamentos das fantasias, para os adereços”, disse ao revelar que a escola virá com um toque luxuoso. “A Vila vem pontuada com requintes de luxo para contar essa europeização de Corumbá”, falou ao tornar público que o símbolo da escola será renovado.

“Teremos uma águia em estilo art nouveau, que é um diferencial porque todos esperam a águia da Vila. Vamos ter várias águias, porém, a maior, que virá no abre-alas, vai chocar um pouco, pois todos estão acostumados com o convencional”, confidenciou.

Império do Morro

Após superar uma crise interna, a Império do Morro desce para a passarela do samba já na madrugada de terça-feira, 12 de fevereiro. A escola deve iniciar seu desfile à meia-noite, segundo cronograma da Liesco e terá a tarefa de apresentar um jeito diferente de falar sobre as histórias infantis, tema que já terá sido mostrado pela Pesada.

“Nosso enredo começa a fluir desde a criança que começa a dormir e desperta num mundo mágico e vive todos os principais contos infantis do mundo: Peter Pan, Mágico de Oz, Alice no País das Maravilhas. Toda pessoa que já foi criança e escreve contos infantis, já viveu esse mundo na imaginação e eu como carnavalesco transporto isso para a passarela”, explicou o carnavalesco Manoelzinho, ao afirmar o que deve ser o diferencial da Império neste ano.

“Estamos obedecendo ao regulamento porque analisamos que fantasia de luxo não é julgada no carro alegórico, o que é julgado são fantasias e adereços e é nisso que estamos focando”, comentou ao deixar revelar que os carros deverão vir com efeitos. A Verde e Rosa corumbaense deve desfilar com cerca de 1.300 foliões, espalhados em 12 alas, além de 05 carros alegóricos que desenvolverão o enredo: “A Encantadora Viagem da Império do Morro ao Mundo do faz de Conta Onde Tudo Vira Verdade”.

Mocidade Nova Corumbá

Encerrando as apresentações da noite, a atual campeã do carnaval, Mocidade Independente da Nova Corumbá terá como missão contar a história de uma instituição centenária em nossa cidade. A Associação Comercial e Empresarial de Corumbá, conhecida pela sigla ACIC, pois por muitos anos desenvolveu atividades com o nome de Associação Comercial e Industrial de Corumbá, é a homenageada pelo enredo da escola da zona sul corumbaense: “ACIC – 102 Anos de Luta pelo Mais Perfeito Caminho do Desenvolvimento”.

Com 12 alas e 05 carros alegóricos, a escola deve reunir cerca de 1.500 foliões na avenida. A bateria comandada pelo mestre Diego é uma das maiores da cidade, com 160 ritmistas. “Foi um desafio porque a diretoria me deu o tema e falou que achou que seria difícil desenvolvê-lo, mas daí eu fui pesquisar na biblioteca, na internet e consegui desenvolver o enredo que, pelo contrário, é muito rico, é um tema farto que dá pra viajar bastante, é uma aula de cultura na verdade”, disse o carnavalesco Kiro Panovitch ao rebater críticas de que o enredo não teria potencial para um bom desfile.

Ele explicou que as referências ao comércio não ficarão apenas na atualidade e sua representação através da ACIC, mas sim, passarão por uma trajetória, desde o início da atividade na cidade.

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