Depois de caça-covers, criador do Patati Patatá quer combater pirataria

Depois de travar uma batalha contra os covers da dupla Patati e Patatá no Brasil, o empresário e idealizador dos palhaços, Rinaldo Helder Faria, afirmou em entrevista que pretende investir no combate à pirataria. “Tem muitos produtos piratas e muitos deles a gente tem conhecimento que podem ser prejudiciais para as crianças. Eles não têm […]

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Depois de travar uma batalha contra os covers da dupla Patati e Patatá no Brasil, o empresário e idealizador dos palhaços, Rinaldo Helder Faria, afirmou em entrevista que pretende investir no combate à pirataria. “Tem muitos produtos piratas e muitos deles a gente tem conhecimento que podem ser prejudiciais para as crianças. Eles não têm cuidados como por exemplo, usar uma tinta tóxica; é uma irresponsabilidade muito grande. Não é só por direito autoral, é também um cuidado com o público”, explicou.

Segundo o empresário de 42 anos, já existe uma equipe formada por seis advogados, que trabalham “24 horas por dia” para detectar os “falsos” palhaços que se apresentam pelo país, chamada por ele de “caça-covers”. “Realmente acho que devemos todo o respeito ao público. Você batalha tanto para fazer sucesso, para conseguir ter toda uma história e quando você vira um grande sucesso, tem que cuidar desse público”.

Rinaldi, como prefere ser chamado, conta ainda com a ajuda de sócios dos fã-clubes da dupla e representantes da marca espalhados pelo país para receber as denúncias. “Todos os interessados, quando veem um cover entram em contato com a nossa empresa para que a gente tome as providências, que vão desde uma simples notificação até prisão, como já aconteceu em alguns casos. Eu faço isso com muita propriedade, sem nenhuma dó, porque eu acho que estou defendendo o público que gosta do Patati Patatá”, afirmou.

Responsável pela identidade visual dos palhaços, o empresário se diz decepcionado com o que vê nas cópias. “Muitas vezes a pessoa não tem nenhum amor ao que faz, tratam a marca de uma forma muito grotesca, enganam o público e ainda levam benefício próprio por isso”, reclama.

Cada detalhe dos palhaços que interpretam a dupla foi pensado por ele, que até há pouco tempo treinava pessoalmente o grupo em esquema de “retiro” em um sítio, imersos no universo de Patati Patatá. “Fizemos isso por mais de 15 anos: íamos com uma turma e pedíamos que nem levassem os celulares”, contou. “Eu ensaiava cada um pessoalmente com os trejeitos do Patati Patatá. Sempre cuidei de tudo que eles falam e do gestual”.

As exigências para quem pretende se tornar um dos palhaços vão desde uma boa aparência ao básico esperado para a profissão: gostar de crianças. “Tem que perceber que eles realmente gostam de criança. São feitas inúmeras perguntas, testes, tem que ter o sonho de ser um artista, vontade e gostar de ser criança”. A lista continua: “Uma dentição bonita; eles precisam ter no mínimo 1,80m de altura, serem jovens, ter uma postura bonita”, contou o empresário.

O próprio Rinaldi conta que chegou a interpretar os palhaços de 1987 a 1994, mas deixou o cargo para gerenciar a equipe. “Fiz o Patati por um tempo e quando engordei virei o Patatá”.

Com o sonho de se tornar um artista, ele começou a carreira como mágico e passou a empresariar a dupla por “necessidade de viabilizar o sonho”. “Meu sonho mesmo era ser artista, mas como não tínhamos veículos de comunicação de massa, gravadora, não tinha ainda um veículo que eu pudesse me promover, parti para realizar um trabalho corpo a corpo nas escolas e isso exigiu que eu me tornasse um empresário”, conta.

O empresário prefere manter em sigilo o número de palhaços que dão vida ao Patati Patatá atualmente, mas 40 duplas diferentes chegaram a trabalhar para dar conta de uma agenda que, segundo Rinaldi, chegou a 160 shows por dia. “Tive que multiplicar várias duplas para que o Patati Patatá ficasse conhecido no Brasil inteiro. Isso foi um trabalho gigante, que ocupou 25 anos da minha vida”.

O número foi reduzido depois da estreia do programa da dupla no SBT. “Depois do programa de televisão, a gente passou a ter menos duplas, não vou dizer que são apenas dois, mas entendemos que a TV cumpria o papel de torná-los conhecidos”, explicou.

Segundo Rinaldi, a dupla foi afastada do “Bom Dia e Cia” “de comum acordo” depois que uma medida imposta pelo Conar impediu o merchandising nos programas infantis, o que inviabilizou a produção pelos altos custos.

Com planos para começar a gravar um longa-metragem da dupla em 2014, o sonho de Rinaldi não para por aí. O empresário tem planos de construir um parque temático da dupla e um dia se tornar um grande comunicador da TV. “Sou muito fã do Silvio Santos e o meu programa sempre teve a cara dele de auditório”.

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