Debates sobre violência sexual contra crianças acontece em São Gabriel

A Prefeitura Municipal de São Gabriel do Oeste através da Secretaria de Assistência Social e Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS) realizaram uma mesa de debates com o tema Violência e exploração sexual contra crianças e adolescentes. A ação faz parte das atividades programadas para 5ª Semana Municipal de Enfrentamento ao Abuso e […]

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A Prefeitura Municipal de São Gabriel do Oeste através da Secretaria de Assistência Social e Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS) realizaram uma mesa de debates com o tema Violência e exploração sexual contra crianças e adolescentes. A ação faz parte das atividades programadas para 5ª Semana Municipal de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que acontece até o próximo dia 18 de maio.

Fez parte da mesa de debates, a promotora de justiça de São Gabriel do Oeste Drª. Ludmila de Paula Castro Silva, o conselheiro tutelar Franklin Razzac Lopes da Silveira, a professora Josefa Santos Silva, representando a Educação e a psicóloga da Assistência Social Marianna Wormsbecher. Durante seu discurso a promotora fez questão de enfatizar o crescimento da prática de abuso contra crianças no Brasil e parabenizou a iniciativa da Prefeitura Municipal.

“Infelizmente essa é uma prática que cresce a passos longos no Brasil. Nós como cidadãos temos o dever de denunciar. Essa realidade precisa mudar. A denúncia é fundamental para acabar com esse tipo de violência. Aproveito para parabenizar a prefeitura e o CREAS, São Gabriel certamente sai na frente de muitos outros municípios, que sequer realizam a semana de enfrentamento”, explicou a promotora.

Segundo dados do Núcleo de Estudos sobre Violência, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, cerca de 75% dos casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes ocorre contra crianças menores de nove anos. Em 90% dos casos, o agressor faz parte do convívio diário da criança. “Temos casos de irmãs sendo abusadas por irmãos, ou de crianças sendo abusadas pelos próprios pais, tios e amigos próximos da família. E muitas vezes, as mães se omitem ao caso, ou simplesmente acusam as crianças de serem as grandes responsáveis”, disse a psicóloga Marianna Wormsbecher.

De acordo com o Núcleo de Estudos, para cada caso registrado outros 10 casos não são registrados no Brasil. Ainda segundo consta, uma criança vitima de abuso sexual leva em torno de nove anos para contar sobre a violência. “O grande causador disso é o medo de ser repreendido pelos pais, ou até mesmo dos pais não acreditarem e acharem que tudo não passa da imaginação da criança. Os pais precisam prestar mais atenção nos filhos e perceber qualquer tipo de mudança de comportamento”, finalizou Marianna.

Para o conselheiro tutelar Franklin Razzac Lopes da Silveira o apoio da população é fundamental nestes casos. “Quando a população denuncia um caso ao conselho tutelar ou a polícia do município, fica mais fácil agir. Só conseguimos combater esse mal, se conseguirmos provar que ele ocorreu. O Conselho Tutelar está aqui para atender a população, para agir quando necessário, mas para isso precisamos da colaboração de todos”, concluiu Razzac.

Dia 18 de Maio

O dia 18 de Maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data foi escolhida, porque em 18 de maio de 1973, um crime bárbaro chocou todo o país. Uma menina de apenas oito anos de idade foi seqüestrada, drogada, espancada, estuprada e morta com extrema crueldade em Vitória, no Espírito Santo. Os responsáveis pelo crime nunca foram punidos. O crime ficou conhecido como “Crime Araceli” e até hoje é lembrado no Brasil.

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