De volta à Câmara com liminar, Alceu Bueno pode ter voto mais caro na reta final da cassação

Depois de ser afastado e retornar à Câmara com liminar, o vereador Alceu Bueno (PSL) passou de desprezado ao posto de um dos vereadores mais valiosos na disputa entre o prefeito Alcides Bernal (PP) e a Câmara de Campo Grande. Correndo o risco de ser cassado, Bernal pode ter em Bueno um aliado de peso, seja […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Depois de ser afastado e retornar à Câmara com liminar, o vereador Alceu Bueno (PSL) passou de desprezado ao posto de um dos vereadores mais valiosos na disputa entre o prefeito Alcides Bernal (PP) e a Câmara de Campo Grande. Correndo o risco de ser cassado, Bernal pode ter em Bueno um aliado de peso, seja para se livrar da degola ou para um recurso judicial.

Alceu Bueno é um dos integrantes da Comissão Processante, ao lado dos vereadores Edil Albuquerque (PMDB) e Flávio César (PTdoB). O trio emitirá parecer favorável ou contrário a cassação. Assim, mesmo se for voto vencido, caso feche parceria com o prefeito, o voto ainda pode ser usado por Bernal, que pode alegar perseguição política dos adversários, Flávio César e Edil Albuquerque, custando caro caso a Justiça acate o argumento.

Ciente da importância de Alceu na reta final, Bernal tentou usar a ausência do vereador para derrubar o depoimento na Comissão Processante. O prefeito alegou impossibilidade de participar da oitiva sem a presença de Alceu, que estava afastado pela Justiça Eleitoral, mas o argumento não convenceu a Justiça.

Alceu é somado, ao lado de Paulo Pedra (PDT), Edson Shimabukuro (PTB) e Dr. Jamal (PR) como reforço para chegar aos dez votos necessários para fugir da cassação. O vereador nega acordo e diz que tem simpatia pelo governador André Puccinelli (PMDB) e por Delcídio do Amaral (PT), dando a entender que está dividido entre ser oposição ou situação.

Alceu Bueno sempre se mostrou favorável a apoiar o prefeito Alcides Bernal. Ele formou, ao lado de Pedra, Shimabukuro, Paulo Siufi (PMDB), Dr. Jamal (PR) e Carlão (PSB) o chamado “G6” para ajudar Bernal. Porém, o grupo não foi para frente porque Bernal não se esforçou para atraí-los. Alceu também tinha como entrave o vereador Elizeu Dionízio, um dos maiores opositores ao prefeito na Câmara. Agora, com a saída do vereador do PSL, Alceu está livre para decidir o futuro.

Na luta para fugir da cassação, Bernal tem feito de tudo, recorrendo até a adversários como o vereador Paulo Siufi, a quem ofertou até alguns servidores em troca de apoio. Com cargos de sobra, ele não tem economizado, prometendo secretarias importantes para o PTB e o PDT. Todavia, o martelo só não é batido por causa da desconfiança de ambas as partes.

Shimabukuro confidenciou que Bernal não fechou com o PTB porque Bernal só quer dar a Agetran depois do julgamento no dia 30 de dezembro, o que o presidente estadual, Ivan Louzada, não aceita. A desconfiança entre o prefeito e vereadores ficou ainda maior durante a votação para decidir se a Câmara abriria ou não a Comissão Processante. A base jurava que tinha mais de dez votos e na hora da votação viu alguns “aliados”, como Pedra, Shimabukuro, Rose Modesto (PSDB) e Chocolate (PP) sendo favoráveis à investigação.

Conteúdos relacionados