Crianças e adolescentes representam 37% das internações por envenenamento acidental em SP

Levantamento da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo mostra que crianças e adolescentes foram as principais vítimas de envenenamento acidental em 2012. Das 792 internações em hospitais estaduais por esse motivo, 37% correspondem à faixa etária de 1 a 14 anos. Cerca de 40% dos casos foram registrados na capital e na Grande […]

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Levantamento da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo mostra que crianças e adolescentes foram as principais vítimas de envenenamento acidental em 2012. Das 792 internações em hospitais estaduais por esse motivo, 37% correspondem à faixa etária de 1 a 14 anos. Cerca de 40% dos casos foram registrados na capital e na Grande São Paulo, em um total de 338 ocorrências. Medicamentos e produtos de limpeza são as substâncias que mais provocam intoxicação.

O sabor dos medicamentos e reutilização de embalagens para armazenar gêneros de limpeza são fatores que requerem atenção dos pais. “A criança interpreta o remédio de sabor mais adocicado como sendo um suco, uma bala, e acaba ingerindo acima da quantidade que deveria”, explica o gerente médico do Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências (Grau), Ricardo Vanzetto.

No caso dos itens domésticos, o alerta é, sobretudo, para os produtos armazenados irregularmente em garrafas de plástico (pet), normalmente vendidos de porta em porta. “A cor e a embalagem confundem as crianças”, apontou. Ele avalia que, embora os produtos comprados em supermercados tenham algumas falhas de informação para uma manipulação segura, as embalagens dificilmente seriam confundidas com outros líquidos consumidos pelas crianças, como sucos e refrigerantes.

Vanzetto destaca que os acidentes podem ser prevenidos, pois a maioria ocorre dentro de casa. “Isso normalmente acontece por certo descuido ao colocar esses produtos com acesso fácil para as crianças”, alerta. Nesse sentido, ele recomenda o armazenamento em prateleiras altas ou em locais fechados com chave.

Segundo o médico, as intoxicações mais graves levam à queimação do trato digestivo, do esôfago ao estômago. Por isso, em caso de envenenamento, não deve ser oferecido nenhum líquido ao acidentado, assim como não se deve provocar vômito. “Esses produtos queimam quando entram e quando saem, então é uma queimadura dupla”, explica. Ao tomar água, por exemplo, o estômago que já está irritado tende a piorar, gerando o vômito.

Em caso de ingestão, a primeira coisa é chamar a equipe de resgate ou levar o acidentado imediatamente ao pronto socorro. “É necessário informar ao médico a substância que foi ingerida ou, pelo menos, o que se supõe que a criança tenha tomado”, lembra. Normalmente, a retirada do produto é feita por meio de uma lavagem gástrica, na qual a substância é retirada com uma sonda, sem passar novamente pelo sistema digestivo, o que poderia provocar mais danos ao paciente.

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