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Criança especial traz vida para mãe adotiva em Dourados

“Se queres a felicidade infinita doe todo o seu amor”. Essa frase resume a história de Eliana Alves Maciel, 39 anos. Ela adotou a pequena Vitória, que tinha apenas 10 dias de vida e a menina deu mais razão para sua vida. Após algum tempo tentando engravidar e não conseguindo, Eliane e seu ex-marido decidiram […]
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“Se queres a felicidade infinita doe todo o seu amor”. Essa frase resume a história de Eliana Alves Maciel, 39 anos. Ela adotou a pequena Vitória, que tinha apenas 10 dias de vida e a menina deu mais razão para sua vida.

Após algum tempo tentando engravidar e não conseguindo, Eliane e seu ex-marido decidiram adotar, afinal ela era ‘doida para ser mãe’. Dois anos e meio depois ela estava trabalhando e seu marido, na época, chegou todo faceiro, “quando eu vi a assistente a reconheci, e ele com o olhinho brilhando… aí já comecei a gritar ‘ah, não acredito! Eu vou ver mãe, vou ser mãe!”, recordou.

Eliana até esqueceu-se de pedir permissão para sua patroa para ir ao fórum buscar a criança. Quando juiz perguntou se ela queria realmente adotar ela respondeu, “não tenho dúvida o meu sonho é ser mãe!” Neste período a assistente social foi até o lar buscar a menina, que veio toda enroladinha em um paninho, com apenas 10 dias, “peguei ela no colo, foi uma emoção muito grande”, disse a mãe.

Após um mês na nova casa, Vitória começou a chorar muito e em consulta ao pediatra, a notícia foi que a pequenina havia hidrocefalia.

Hidrocefalia é um acúmulo excessivo de fluído (líquido cefalorraquidiano) dentro dos ventrículos (espaços no cérebro) ou do espaço subaracnóide. É popularmente conhecido como acúmulo de “água” na cabeça.

“Choramos muito, mas em momento nenhum desistimos da adoção, cada dia que passava mais a gente a amava. Eu ouvi muito, até de médico, que era para eu devolver porque o que eu tinha ali era uma boneca, falei: ‘doutor, boneca não tem ar, não respira, não tem sangue, não tem alma, e ela não é um objeto para eu pegar e devolver porque tem defeito. Eu já amo essa criança, vou com ela até quando Deus quiser, não sei se vou partir primeiro ou vai ser ela, enquanto eu tiver vida vou cuidar dela”.

Hoje Vitória tem sete anos e trouxe felicidade, força, segurança e razão de viver para sua mamãe, principalmente nos momentos mais difíceis. “Quando ela tinha mais de dois anos eu me separei, depois minha mãe faleceu, então fiquei muito triste, mas ela me deu forças para superar, por isso eu digo que Deus não me deu uma criança, Deus me deu um anjo, eu sou uma privilegiada porque não é qualquer um que tem um anjo e eu tenho!”, disse orgulhosa.

Essa mãe mais que especial passou a dedicar sua vida integralmente a Vitória, ela desistiu de tudo, “todo cuidado com ela é pouco, por isso precisa de atenção 24h por dia, pois a única coisa que ela não depende de mim é o ar. Ela fica deitada, às vezes senta no meu colo ou na cadeira de rodas, mas não sustenta a cabecinha, então fica mais encostada”.

Eliana já passou até dois meses com Vitória no hospital, a última internação foi em janeiro, mas antes chegava a passar de 15 a 20 dias por mês na unidade hospitalar e já foram quatro vezes para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

“Ela é uma vitoriosa, porque quando ia para a UTI o médico já vinha: ‘oh, mãe se prepara…’, até que eu cansei e disse: ‘eu não quero ouvir mais isso de vocês, vocês já disseram várias vezes que ela não ia sobreviver e ela está aqui comigo, Deus sabe de todas as coisas e a Vitória é forte, e eu não quero mais sofrer antes da hora”, relembrou.

A mãe tem quase uma enfermaria em casa. Tem aparelho de inalação e aspiração, faz tudo como se fosse no hospital. A menina alimenta-se pela sonda há três anos, mas às vezes Eliane dá algum iogurte ou doce para ela, “ela gosta muito de pirulito”, disse, alegre.

Um momento que Eliane lembra, com brilho no olhar, é o do Dia das Mães de 2011, em que Vitória estava internada e fazia vários dias que não sorria, mas no domingo pela manhã ela abriu o olhinho, virou para a mamãe, que estava ao seu lado, e deu uma gargalhada enorme. “Para mim foi muito marcante, porque foi um presente maravilhoso, até parecia que ela sabia o que estava fazendo, que era dia das mães, e me deu aquele presente”.

“Ela representa a felicidade para mim. É um amor que não sei como descrever, eu amo tanto que às vezes até choro, é um amor tão grande que dá vontade de gritar para o mundo. Afinal, a Vitória é a vitória da minha vida!”, enfatiza.

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