Corintianos vão para presídio superlotado e vigiado por próprios detentos bolivianos

Penitenciária de San Pedro, Oruro, Bolívia. É lá que os 12 torcedores corintianos indiciados pelo homicídio do jovem boliviano Kevin Douglas Espada, de 14 anos, ficarão presos à espera do julgamento ou uma segunda ordem judicial. Funcionando desde 1844, a prisão está hoje superlotada e opera sob um controle peculiar de segurança: lá, são os […]

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Penitenciária de San Pedro, Oruro, Bolívia. É lá que os 12 torcedores corintianos indiciados pelo homicídio do jovem boliviano Kevin Douglas Espada, de 14 anos, ficarão presos à espera do julgamento ou uma segunda ordem judicial. Funcionando desde 1844, a prisão está hoje superlotada e opera sob um controle peculiar de segurança: lá, são os próprios detentos os responsáveis por garantir a ordem.

A descrição é do ministro conselheiro da embaixada do Brasil na Bolívia, Eduardo Saboia. Ele é o chefe da representação brasileira no país vizinho e acompanha, com certa apreensão, a situação dos brasileiros presos após o jogo entre San José e Corinthians, na quarta-feira – o duelo terminou empatado em 1 a 1.

“Na Bolívia é assim: são os presos que fazem a segurança interna do local. As autoridades só garantem que os detentos não saiam do presídio”, explicou Saboia. “Isso nos preocupa. Temos que tentar garantir a integridade física dos brasileiros aqui”.

A penitenciária de San Pedro fica no prédio de um antigo convento colonial. Em meados do século 19, o imóvel foi convertido em presídio e, naquela época, passou a receber principalmente ladrões que costumavam assaltar mineradoras na área da cidade de Oruro.

Oficialmente, o presídio tem capacidade para 250 presos. No final do ano passado, entretanto, jornais bolivianos informavam que cerca de 450 pessoas estavam detidas em San Pedro. Dentre eles, estão homens, mulheres e até bebês, filhos das detentas.

Todos eles, segundo os jornais da Bolívia, vivem em condições precárias. As celas da penitenciária San Pedro são pequenas, as paredes são feitas de barro, o chão é de piso frio e, em dias de chuvas, várias goteiras surgem no teto do presídio.

Nada disso, porém, preocupa mais Eduardo Saboia do que a segurança dos torcedores presos na penitenciária. Ele disse que, durante o Carnaval, um brasileiro foi assassinado durante um motim em uma penitenciária de Cobija, perto da fronteira com o Acre. Sabendo disso, a embaixada brasileira já solicitou proteção especial aos corintianos.

“O clamor popular é grande”, afirmou Saboia. “Nós já falamos com o diretor do presídio. Ele nos disse que os brasileiros vão ficar em duas celas isoladas.”

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