Comerciantes aproveitam pequenos espaços com empreendimentos criativos no centro da Capital

Improviso. A criatividade de alguns empreendedores criou em alguns pontos do centro de Campo Grande comércios que conseguem com uma área mínima a venda de produtos e serviços.Com diferentes ramos, os três exemplos que o Midiamax conseguiu dessa atividade são de imigrantes e tem algo em comum: o descrédito de muita gente com a coragem […]

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Improviso. A criatividade de alguns empreendedores criou em alguns pontos do centro de Campo Grande comércios que conseguem com uma área mínima a venda de produtos e serviços.Com diferentes ramos, os três exemplos que o Midiamax conseguiu dessa atividade são de imigrantes e tem algo em comum: o descrédito de muita gente com a coragem de arriscar com um espaço tão restrito.

“No Rio de Janeiro um espaço desse vale ouro e aqui também pois eu estou na melhor quadra da cidade. Eu era camelô e quando resolvi montar a loja aqui muita gente falou: o que você vai conseguir fazer nesse lugarzinho? Tive a visão de aproveitar as paredes como vitrine para os produtos e deu muito certo. Acho que fiz bem a reforma do local para adequação e tive sorte do dono do imóvel acreditar no meu trabalho”, diz o carioca, Ailton Figueiredo, 45 anos, dono de uma loja especializada em sandálias na Rua 14 de Julho, entre a Rua Barão do Rio Branco e a Rua Cândido Mariano.

A empresa que Ailton trabalha com a esposa possui três funcionárias. Durante o ano todo a venda é grande no corredor de 10 metros, com apenas 150 cm de largura entre as paredes. O único período em que a loja perde um pouco de seu movimento é no curto inverno campo-grandense. A fabricação de todas as mercadorias da loja presente no lugar há quatro anos é feita na Capital.

“Não perde em nada para uma loja grande, muito pelo contrário. O atendimento é melhor, mais prático, mais organizado e até mais rápido, pois não precisa ir ao estoque para buscar, fica exposto. Só compro aqui sandalinhas aqui”, conta a frentista, Rosângela da Silva Ferreira, extremamente satisfeita com a compra.

Mais feliz

O paranaense Wilson Fernandes Braga, de 51 anos, já teve uma lanchonete com seis funcionários na mesma quadra que trabalha hoje, na Rua 14 de Julho, entre a Avenida Afonso Pena e a Rua Barão do Rio Branco. Atualmente segura sozinho o público em um pequeno negócio, onde cuida de tudo em um espaço com 150 cm entre as paredes e três metros de extensão. A estufa dos salgados ostenta uma vitrine tentadora praticamente na calçada, e funciona como a maior ferramenta de marketing do negócio.

“Já toquei uma lanchonete maior, mas posso garantir que nesta aqui hoje, mesmo sendo pequena sou uma pessoa mais feliz. É um negócio legalizado, tive que abrir uma empresa e reformar o local, até fechei um tempo pra essa adaptação. A lei me permite contratar um funcionário e até penso nisso, contudo tem que ser alguém ligeiro, e que seja metódico com limpeza também”, relata o empresário, que iniciou a venda de salgados em dezembro de 2013, e fechou entre março e junho para a reforma.

O tamanho do espaço onde vende seus salgados não muda o tanto que o comerciante precisa trabalhar. Ele garante que acorda todos os dias às 05h00 e abre a lanchonete às 07h00, sendo que antes de chegar pega com o fornecedor os salgados e suco. Poucos clientes utilizam, mas na pequena área em que fica o negócio de Wilson existe ainda uma pia e um local para o cliente comer, com quatro cadeiras.

“Sempre compro e quando venho o pessoal do meu trabalho pede também para trazer. Nunca comi aqui já que todas as vezes levo para viagem, então pra mim o espaço não importa. O salgado de frente para a calçada chama atenção”, fala a auxiliar de prótese dentária, Emanuele Silva, consumidora assídua da empada de frango.

Acostumado

Em Campo Grande há mais de 20 anos, Airton Fortuna, de 63 anos, conhece de muito tempo o aproveitamento de pequenos espaços no Centro da Capital. Ele sempre trabalhou com empresas que exploram esse tipo de reunião. O comerciante toca uma loja que confecciona carimbos, faz afiações e conserta relógios, localizada na Rua Cândido Mariano, entre a Rua 14 de Julho e a Avenida Calógeras.

“O espaço tem suas vantagens, entretanto bloqueia o dono para ampliar o negócio. Se você é pequeno pode não ser visto. No bar aqui do meu lado escuto muita gente perguntar no balcão onde teria um local para fazer carimbo ou arrumar o relógio, e eu aqui pertinho. O maior tem uma fachada que chama atenção e facilita para a publicidade, algo que conta muito no mercado”, explica o carioca, que também já geriu comércios em estandes e outros pontos na região central.

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