Com preço desfavorável, minicaçambas para entulho não emplacam em Campo Grande

Vista em algumas calçadas elas são pelo menos 50% menor que a caçamba convencional. No entanto, o preço médio cobrado pela sua utilização não é a metade do valor que se paga pelo aluguel da maior, que possui uma procura três vezes superior. A dificuldade de emplacar o serviço fez com que vários empresários do […]

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Vista em algumas calçadas elas são pelo menos 50% menor que a caçamba convencional. No entanto, o preço médio cobrado pela sua utilização não é a metade do valor que se paga pelo aluguel da maior, que possui uma procura três vezes superior. A dificuldade de emplacar o serviço fez com que vários empresários do ramo não ofereçam a mini-caçamba e até um deles está vendendo trinta itens de uma só vez.

“Pra gente não compensa essa mini-caçamba e até estou tentando vender minhas trinta unidades por um preço menor que comprei. Na minha empresa a procura é maior pela grande. Pro dono do negócio é complicado pois o veículo que transporta a grande é o mesmo que leva a pequena para a obra”, diz o empresário de limpeza de entulhos, Francisco Ferreira, que colocou a venda suas 30 mini-caçambas.

O preço para a solicitação de uma mini caçamba fica entre R$ 70,00 e 100,00. Já o valor pedido pela caçamba maior varia entre R$ 80,00 e 150,00. As empresas diferenciam a cobrança de acordo com a distância que a obra fica do escritório contratado. A determinação do preço também leva em consideração o endereço do cliente em relação ao Aterro de Entulhos do Jardim Noroeste.

“Não tem como cobrar a mesma coisa de uma obra que fica próxima da empresa e outra que fica em outra região distante. A firma de limpeza de entulhos é credenciada pela Prefeitura para retirar esse resíduo do local e levar até o Aterro do Noroeste. A logística para essa operação interfere no preço. É algo comum no ramo”, relata o empresário, Marcos Dal’Ongaro, que possui apenas caçambas convencionais.

Diversificação

Abrir mão da mini-caçamba não é uma boa alternativa para todos os escritórios do ramo. Isso porque ter uma diversificação de serviços ao cliente pode representar um diferencial de mercado. Algumas empresas fazem questão de ter os dois tipos de caçamba mesmo que em escalas de quantidades bem diferentes. Uma delas localizada no Bairro Monte Castelo tem, por exemplo, 80 caçambas convencionais, e apenas 8 exemplares mini.

“Preferimos ter no nosso escritório a média que é 75% do tamanho da convencional. Pra gente é mais vantajoso, pois a média pode ser levada no mesmo caminhão da grande. Já para a mini teríamos que colocá-la em alguma caminhonete, mas não possuímos. Talvez poderíamos fazer uma adaptação para ela não se mexer durante o transporte. A caçamba média compramos para diversificar, pois é solicitada em obras particulares, porém a demanda maior é pela convencional”, conta a assistente financeira de uma empresa do ramo no Bairro Tiradentes, Patrícia Pires, que também realiza a variação de cobrança para obras distante da empresa, mas só nas contratações de caçamba média.

Pesquisa de Mercado

O pré-requisito básico que o cliente precisa ter de uma empresa de limpeza de entulhos é a sua licença com o Poder Público. Além disso, há outros pontos no descarte de lixo de uma obra que precisam ser levados em consideração. O depósito deve ficar dentro do compartimento e nunca exceder o seu tamanho. Se necessário a construção pode ter em uma mesma rua até três caçambas, sendo que se estiverem fora da obra precisam estar na rua, na área de estacionamento da via.

“O consumidor tem autonomia de escolha e por isso precisa ficar atento quanto a contratação. O ideal é pesquisar sobre o serviço e olhar a variação dos preços. De repente um estabelecimento próximo fica mais barato para a obra. O que não pode é a variação de preço estar acompanhada de uma irregularidade. A empresa precisa estar em dia com a fiscalização. O ideal é uma tabela desses preços no escritório para que o cliente tenha noção do serviço que irá contratar. A diferenciação precisa ser bem explicada. Cobrança escalonada também é irregular, o preço hoje é um e amanhã é maior pelo mesmo serviço, por exemplo”, diz o advogado Hugo Fanaia de Medeiros, integrante da Comissão de Direitos do Consumidor da OAB/MS.

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