Colégios usam projeto do Google para aproximar arte das crianças em SP
Quando os alunos do 4º ano do ensino fundamental do Colégio Marista Arquidiocesano, na capital paulista, voltaram das férias de meio do ano, um dos quadros da sala de arte, uma réplica de Vik Muniz, havia “desaparecido”. Para resolver o “mistério”, o professor de artes Edenilson Luiz Sant’Anna convocou os estudantes para uma “caça ao […]
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Quando os alunos do 4º ano do ensino fundamental do Colégio Marista Arquidiocesano, na capital paulista, voltaram das férias de meio do ano, um dos quadros da sala de arte, uma réplica de Vik Muniz, havia “desaparecido”. Para resolver o “mistério”, o professor de artes Edenilson Luiz Sant’Anna convocou os estudantes para uma “caça ao tesouro”: o objetivo era descobrir onde a obra tinha ido parar. A cada aula, o educador dava pistas de onde ele poderia estar. Em uma dessas aulas, a tarefa foi procurar o quadro original em museus ao redor do mundo. Sem mover um pé para fora da sala, os estudantes encontraram a peça no MoMA (Museum of Modern Art) de Nova York.
A atividade “Mistério na Sala de Arte” foi possível pela plataforma Google Art Project, que permite visitas – ainda que virtuais – a diversos museus do mundo. A ferramenta faz parte do Google Cultural Institute e passou a ser usada por professores no ensino da arte, oferecendo um estímulo novo a uma disciplina clássica.
Sant’Anna acredita que a plataforma é uma ótima forma de motivação. Tanto que os alunos, nos computadores de suas casas, acabaram procurando por conta outras obras estudadas durante a aula. Para ele, a plataforma é uma boa forma de utilizar o computador na escola. O professor apenas ressalta que existem diversos museus menores, mas importantes, que ainda não são contemplados.
O departamento de artes do Colégio Bandeirantes, também localizado em São Paulo, realiza um projeto chamado Parede Digital. Os professores selecionam vídeos para uma programação que inclui diversos tipos de arte, como ballet, animações e arte clássica, exibidos em um telão ligado o dia inteiro. Entre eles, estão algumas compilações de experiências do projeto do Google. O canal oficial do projeto no YouTube também oferece análises de profissionais, vídeos de museus e outras curiosidades sobre o projeto.
A professora de arte Gisele Ottoboni conta que a Parede Digital fica em uma área de grande circulação do colégio, com bancos onde os alunos podem se sentar e assistir à programação. O colégio oferece wi-fi no saguão, e os estudantes podem interagir diretamente, buscando o conteúdo no espaço virtual. “A possibilidade veio ao encontro com o objetivo de ensino”, diz.
Rede pública
Com a alta resolução das imagens do Google Art Project, é possível aproximá-las com uma qualidade que oferece um detalhamento até maior do que tem um espectador que se depare em frente à obra pessoalmente.
Em Florianópolis, a organização Floripa Interativa, da Fundação CERTI, criou o projeto Museus Virtuais, no Parque de Inovação Sapiens. A ideia é levar estudantes, principalmente da rede pública, a um ambiente imersivo interativo a roteiros temáticos pelo Art Project. Os alunos interagem com a plataforma numa tela de 50 metros quadrados, com Claudio Toscan Junior, artista plástico, como guia. O próprio projeto disponibiliza um ônibus gratuitamente para buscar as crianças em suas escolas.
A experiência do Museus Virtuais começa com uma visita pelo Street View do Google Earth à fachada dos locais. Como se os alunos decolassem, saindo de Florianópolis, eles “caem” na frente das galerias. De lá, os estudantes podem ver a arquitetura e as pessoas no local. O gestor cultural da Fundação CERTI e um dos responsáveis pelo projeto, Gabriel Portela, afirma que o projeto conseguiu apoio do governo catarinense, através do edital Elisabete Anderle de cultura, e segue no próximo ano. Ele destaca a participação dos alunos nas atividades: “Muitos professores tinham medo que os alunos não cooperassem, fizessem bagunça. Mas pelo contrário, eles interagiam, faziam perguntas, sempre concentrados”.
Google Art Project
De clássicos, como o Louvre, em Paris, à arte moderna, como o MoMA, em Nova York, e até a Casa Branca, em Washington, a ferramenta simula a sensação de caminhar pelos corredores e ter acesso a diversas obras, pelo mecanismo já utilizado no Google Street View. Além disso, é possível visualizar as peças com alta definição, podendo dar zoom e observar detalhes.
O Art Project ainda oferece explicações sobre a obra, galerias com diferentes critérios como momentos históricos, movimentos artísticos e autores, criadas por profissionais ou por usuários. A própria ferramenta disponibiliza atividades e perguntas visando a compreensão da arte. Alguns museus brasileiros como a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Museu de Arte Moderna (MAM) já podem ser visitados pela plataforma.
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