Catherine Deneuve completa 70 anos e estrela comédia escrita para ela

A atriz francesa Catherine Deneuve, a inesquecível loira sensual do clássico “A Bela da Tarde”, completa 70 anos e, para muitos, ainda é o rosto do cinema francês. Seu cabelo dourado ainda é exuberante e sensual, como pode ser visto no seu filme mais recente, “Ela vai”, da jovem diretora Emmanuelle Bercot, uma comédia leve […]

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A atriz francesa Catherine Deneuve, a inesquecível loira sensual do clássico “A Bela da Tarde”, completa 70 anos e, para muitos, ainda é o rosto do cinema francês.

Seu cabelo dourado ainda é exuberante e sensual, como pode ser visto no seu filme mais recente, “Ela vai”, da jovem diretora Emmanuelle Bercot, uma comédia leve e escrita especialmente para ela. A atriz completa sete décadas na próxima terça-feira (22).

No filme, Deneuve interpreta a dona de um restaurante que, de repente, decide abandonar sua vida cotidiana. A trama da comédia mostra supostas fotos da juventude de uma mulher que já foi a rainha da beleza na Grã-Bretanha. “A beleza não tem idade. Você ainda continuará sendo bela, mesmo no caixão”, diz um admirador, no filme.

“Ela é linda como a morte e fria como a virtude”, afirmou Luis Buñuel, o diretor que, apesar de sua difícil relação com a atriz, fez dela mundialmente famosa ao dirigi-la em “A Bela da Tarde”, obra em que Deneuve interpreta uma senhora possuída por fantasias eróticas, que decide trabalhar em um bordel.

“Não é fácil aceitar que você está envelhecendo, é claro. Muito menos para uma atriz. Porém, não é uma obsessão para mim. Tudo ainda pode acontecer. Há histórias de amor que ocorrem em casas de repouso para idosos. Os velhos também se apaixonam”, disse a atriz na edição deste ano do Festival de Berlim.

Deneuve chegou ao cinema por acaso. Seu encontro, aos 20 anos, com Jacques Demy, que ofereceu a ela o papel principal em “Os guarda-chuvas do Amor”, a elevou ao patamar de estrela de cinema.

A partir daí, graças à sua beleza fria à la Greta Garbo, comparável à das atrizes de Hitchcock, ela passou a atuar em grandes produções dos maiores nomes do cinema, como François Truffaut, Luis Buñuel e Roman Polanski, mas também de jovens de cineastas, como Arnaud Desplechin e Emmanuelle Bercot.

No total, foram cerca de 120 filmes, sem nunca se afastar da telona em 50 anos de carreira.

A atriz também foi dirigida por Manoel de Oliveira, Marcel Camus, Dino Risi, Agnès Varda, André Téchiné, Hugo Santiago, Raul Ruiz e Lars von Trier, entre outros, e se arrependeu de não ter trabalhado com Stanley Kubrick, o célebre diretor de “Laranja Mecânica”.

Consagrada como a mulher mais bonita do mundo pela revista norte-americana “Look”, a musa de Yves Saint-Laurent simboliza a elegância francesa e é uma das poucas atrizes da França ao figurar na “Calçada da Fama” de Hollywood.

Apesar de ser muito discreta sobre sua vida privada, Deneuve não perde a oportunidade de dar suas opiniões. “Com Deneuve não se brinca”, disse Fabrice Luchini. “Ou ela gosta ou não gosta de alguma coisa”.

Deneuve é mãe de dois filhos, Christian Vadim, com o diretor Roger Vadim, e Chiara Mastroianni, fruto do seu amor com o grande Marcello.

“O que é felicidade? Para mim, essa palavra tem a ver com a infância. Apenas as crianças são felizes porque não precisam se preocupar. Por isso, a felicidade não é um estado permanente, são bons momentos e nada mais”, disparou.

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