Caminhoneiro forja o próprio sequestro e invade casa após misturar álcool e cocaína

Trabalhador entrou em contato com a polícia e disse ter sido levado por ‘bandidos armados e encapuzados para um cativeiro’. Investigações apontaram que ele estava sob efeito de drogas e mentiu sobre o crime.

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Trabalhador entrou em contato com a polícia e disse ter sido levado por ‘bandidos armados e encapuzados para um cativeiro’. Investigações apontaram que ele estava sob efeito de drogas e mentiu sobre o crime.

Com R$ 3 mil no bolso, o caminhoneiro Weverton Aparecido Araújo, 32 anos, decidiu extravasar, gastando com churrasco, bebida alcoólica e porções de cocaína. A mistura, na qual ele garante ter sido utilizada pela primeira vez, o deixou alucinado, sem memória e ele então invadiu uma residência e forjou o próprio seqüestro em Campo Grande.

Um dia antes, ele havia descarregado uma carga de couro vinda de Minas Gerais. Em seguida, com o pagamento, se dirigiu a um posto de combustíveis na BR-262, na saída para Aquidauana. Lá ele mandou lavar a carreta Volvo branca, modelo 420 e nesse intervalo teria utilizado entorpecentes.

“Não planejei ação nenhuma, sou trabalhador e pai de família. Apenas gastei R$ 50 em cocaína, perdi os sentidos e falei deste crime com medo do meu patrão. Fiquei desnorteado, era a primeira vez que havia usado droga, então comecei a pedir socorro em uma residência próxima”, afirma o caminhoneiro.

Os donos do imóvel, logo em seguida, registraram uma ocorrência de invasão de domicílio. “Apenas bati palma”, resume o caminhoneiro. Porém, no outro dia, ele compareceu a delegacia de Terenos, a 27 quilômetros da Capital, e falou do seqüestro.

A sua versão diz que três homens encapuzados e armados o renderam. Ele então foi levado para um matagal, que seria o cativeiro e os bandidos então levaram R$ 3 mil e documentos.

“De imediato, a Polícia Civil iniciou as investigações e constatou que, de vítima, ele teria sido autor de uma invasão de domicílio. Então, logo depois uma pessoa entrou em contato dizendo onde estava a carreta. A perícia viu que a chave estava no contato, além de encontrar R$ 1,9 mil e os documentos que a ‘falsa vítima’ alegou terem sido subtraídos”, afirma a delegada Maria de Lourdes Cano, titular da Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos).

Após a análise, a polícia teve certeza que o crime havia sido forjado. Weverton, em depoimento, confessou e foi preso por falsa comunicação de crime e violação de domicílio. Ele não possui antecedentes. A pena é de até dois anos de reclusão.

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