Bola Preta reúne mais de 2 milhões e pode virar maior bloco de rua do mundo

O início e o fim se perdem de vista no mar de gente: fantasias criativas, sorrisos enormes e muita bebida se misturam no tradicional bloco do Cordão da Bola Preta, o maior do Carnaval de rua do Rio, que neste sábado (9/2) reuniu 2,4 milhões de foliões na principal avenida do centro da cidade. O […]

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O início e o fim se perdem de vista no mar de gente: fantasias criativas, sorrisos enormes e muita bebida se misturam no tradicional bloco do Cordão da Bola Preta, o maior do Carnaval de rua do Rio, que neste sábado (9/2) reuniu 2,4 milhões de foliões na principal avenida do centro da cidade.

O Bola Preta nasceu em 1918 e 95 anos depois continua a ser o bloco mais esperado do Carnaval do Rio. No ano passado reuniu 2,3 milhões de pessoas no centro da cidade. A secretaria de Turismo do Rio informou que representantes do livro Guinness de Recordes participaram do bloco para analisar o possível título de maior festa de rua do planeta.

“Todos os anos eu venho, é um bloco muito tradicional, quem vive no Rio tem que ir no Bola Preta”, disse à AFP Luiz Ornellas, um estudante universitário de 25 anos. Leia mais notícias no Especial de Carnaval “E quanto mais gente melhor, isto é alegria, é diversão”, acrescentou o jovem, fantasiado de palhaço. Desde o início da manhã, a avenida Rio Branco começou a se encher de gente de várias áreas da cidade.

 Às 11h00, já não cabia nem mais um alfinete. Os blocos tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, com um esforço de revitalizar esta parte do Carnaval muito diferente dos desfiles das Escolas de Samba no Sambódromo. Este ano vão desfilar pelas ruas do Rio 492 blocos com um público total estimado em seis milhões de pessoas. Desfile de criatividade As fantasias vão dos tradicionais bate-bola, passando por personagens atuais, como o presidente americano Barack Obama ou Michael Jackson.

Elaine Mathias, 37 anos, trabalha todo o ano para desenhar e confeccionar os trajes de “nêga maluca”, que veste toda a família no carnaval. “Ano que vem ano vou trazer surpresas, mas não posso adiantar”, contou à AFP. Super-heróis, abelhas, fadas, princesas, bombeiros ou policiais… A única coisa que não é permitida é não se fantasiar. No mínimo, uma camiseta com as cores do bloco.

 Os blocos, que datam do século XIX, deram origem às escolas de samba e levam nomes engraçados como “Sovaco do Cristo”, “Simpatia é quase amor” ou “Que merda é essa?”. O ‘gato’ e o criativo Além da festa, o objetivo dos meninos é conquistar uma menina. As palavras para conseguir um beijo vão das típicas cantadas até promessas de casamento.

Nestas festas de rua existe no geral dois tipos de homem: o “gato” e o “criativo”, que, ao contrário do primeiro, precisa usar a inteligência para criar uma fantasia imaginativa e assim chamar a atenção. “Eu prefiro o gato, que não precisa disfarçar a cara feia”, diz Carla Lemus, de 36 anos, às gargalhadas.

Everton de Sousa, 22 anos, é soldado do Exército e aproveitou a oportunidade para vestir seu uniforme, mas sem camisa, para mostrar o abdômen sarado. “É sensual e as mulheres adoram”, explica o jovem, que acredita que o “criativo” é mais bem sucedido com as mulheres.

 Normalmente as pessoas se beijam e seguem o seu caminho. Mas com Luiz foi diferente, dois anos atrás conheceu em um bloco a sua atual namorada, Natalia, e desde então pulam juntos o Carnaval. Ela também está de palhaça.

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