Bancos e consultorias já falam em crescimento do PIB abaixo de 3% no ano

Bancos e consultorias já cortaram as projeções de crescimento da economia para este e trabalham com metas abaixo de 3%. Essa é a previsão do Banco Central (BC) para o Produto Interno Bruto (PIB), endossada pelo mercado por meio da pesquisa Focus. O desempenho abaixo do esperado no primeiro trimestre, de acordo com o que […]

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Bancos e consultorias já cortaram as projeções de crescimento da economia para este e trabalham com metas abaixo de 3%. Essa é a previsão do Banco Central (BC) para o Produto Interno Bruto (PIB), endossada pelo mercado por meio da pesquisa Focus. O desempenho abaixo do esperado no primeiro trimestre, de acordo com o que mostram números como os da produção industrial, divulgados nesta sexta-feira, e a piora em indicadores de consumo e da balança comercial levaram às revisões. Quem não mudou já trabalhava com porcentuais inferiores aos 3% do mercado.

O diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, baixou nesta sexta-feira de 3,5% para 2,8% a expectativa de alta do PIB em 2013. “Nossa revisão para o crescimento doméstico foi influenciada pela incorporação recente de resultados mais fracos do que esperávamos da atividade econômica”, justifica. Barros também aponta um cenário global mais fraco que o imaginado.

A economista Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) reduziu a expectativa de 2,9% para 2,7%. Segundo Silvia, “há chances de nova revisão, dependendo, principalmente, do desempenho do setor de serviços”, a ser divulgado.

Em 2012, o PIB brasileiro cresceu só 0,9% e as projeções para este ano iam até 4%, com mais apostas em 3%.

Os resultados do primeiro trimestre também estão abaixo do esperado pela Tendências Consultoria. A expectativa de alta de 3% deve cair para 2,8% ou 2,9%, diz a economista Alessandra Ribeiro. Alessandra esperava alta de 1,1% no PIB do primeiro trimestre, mas, com os dados da produção industrial – que cresceu 0,8% -, essa previsão deve baixar para 1% e, com isso, o viés será de baixa também para o ano.

O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, trabalhava desde junho com alta de 3%, mas revisou o índice para 2,5% há um mês. “Os dados fracos da indústria, aliados aos do comércio e serviços, podem trazer uma surpresa negativa.” Vale não vê recuperação evidente no setor de bens de capital e nos investimentos. Conforme ele, alguns dados positivos estão concentrados em poucos segmentos, como caminhões e máquinas agrícolas.

Alta de 2,5% também é a previsão da economista Thaís Marzola Zara, da Rosenberg & Associados, desde o início de 2013, e do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). O economista-chefe do HSBC para a América Latina, André Loes, mantém aposta em 2,6%. Lóes lembra que o ano começou um pouco mais forte, mas desacelerou. “Não achamos, contudo, que o número da balança comercial seja razão para alteração, pois o Brasil é muito fechado e as exportações representam parte pequena do PIB ”

Com margem que vai de 2% a 3%, o coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada (Cemap/FGV), Emerson Marçal, afirmou acreditar que a balança comercial pode, sim, ter impacto no desempenho da economia. “A queda do mercado externo vai bater na produção industrial.” O Banco Fator é outro que vê chances de revisar para baixo a alta de 2,9% esperada inicialmente. O Credit Suisse, que tem a aposta mais alta do mercado, de crescimento de 4%, só deve rever os números em junho.

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