Ausência na Copa daria prejuízo milionário a empresas mexicanas, diz consultoria
As empresas mexicanas podem ter prejuízo de até 650 milhões de dólares se o país não se classificar para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, segundo um especialista em marketing esportivo ouvido pela Reuters. O México, tradicionalmente uma potência no futebol da Concacaf (América do Norte, América Central e Caribe), ficou em quarto […]
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As empresas mexicanas podem ter prejuízo de até 650 milhões de dólares se o país não se classificar para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, segundo um especialista em marketing esportivo ouvido pela Reuters.
O México, tradicionalmente uma potência no futebol da Concacaf (América do Norte, América Central e Caribe), ficou em quarto lugar nas eliminatórias da região para o Mundial e precisará agora disputar uma repescagem contra a Nova Zelândia. Os jogos serão no dia 13 de novembro no estádio Azteca, e uma semana depois em Wellington.
Em menos de dois meses, o México demitiu três treinadores. O atual, Miguel Herrera, disse na quarta-feira que está otimista com a classificação, após ver seu time vencer a Finlândia por 4 x 2 num amistoso em San Diego (EUA).
Mas a Federação Mexicana de Futebol e os veículos de comunicação, principalmente canais de TV no país e nos EUA que adquiriram os direitos de transmissão da Copa, estão preocupados com uma zebra neozelandesa. Empresas que patrocinam a seleção tricolor e setores empresariais impulsionados em anos de Copa também podem ser prejudicados.
“No lado esportivo e totalmente comercial, o fracasso do México em participar acarreta, e provavelmente estou sendo um pouco drástico, mas em termos de economia do futebol uma catástrofe financeira, porque teria um efeito dominó que atingiria o Campeonato Mexicano, patrocínios menores e o prestígio da marca”, disse Rogelio Roa, diretor da empresa DreaMatch Solutions, especializada em marketing esportivo.
Roa estimou que esse prejuízo poderá chegar a 650 milhões de dólares, porque os negócios que cercam uma Copa do Mundo cresceram exponencialmente nos últimos anos. O México sediou as Copas de 1970 e 1986, e participa de todas as competições desde 1994.
A não classificação “é um cenário que ninguém previu, ninguém”, disse Roa. “A última vez que o México deixou de ir a uma Copa foi em 1990”, disse ele. Naquela edição, o país foi punido por ter convocado jogadores irregularmente para um Mundial de categorias de base.
O embaixador brasileiro no México, Marcos Leal Raposo, confia na classificação mexicana, e admitiu que os organizadores lamentariam a ausência da seleção mexicana, já que muitos torcedores mexicanos devem viajar ao Brasil para a Copa.
“Esperamos 600 mil turistas estrangeiros, dos quais 50 mil poderiam ser mexicanos”, disse ele. “O México é o país que envia os torcedores mais apaixonados para a Copa no mundo todo. Estamos juntos torcendo para que o time chegue à Copa do Mundo, por causa da amizade e dos interesses comerciais, por favor.”
Confiantes na vitória sobre a fraca Nova Zelândia, várias empresas decidiram manter inalteradas as suas estratégias de marketing. A empresa fornecedora de material esportivo, por exemplo, já lançou as camisetas que o México vestirá no torneio, caso se classifique. Elas já foram utilizadas nas duas últimas partidas das eliminatórias.
“Vou ser muito honesto. Seria tudo especulação, porque atualmente (a eliminação) não é o caso”, disse Emilio Trabulse, diretor de marketing do Grupo Martí, rede de artigos esportivos com 230 lojas no México.
“Se em 20 de novembro o México passar, e assim será, vamos continuar com tudo normalmente. Se por alguma razão não acontecer, aí vamos sentar para ver o que fazer com os produtos da seleção.”
Já a Roshfrans, que vende lubrificantes automotivos, resolveu brincar com a situação difícil da seleção. “Eliminados? Estamos só testando nossos nervos”, diz um outdoor. Ou então: “Típico dos mexicanos: deixar tudo para o último minuto”.
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