Após 20 dias de greve, média de espera para atendimento nos bancos é de duas horas
Não tem jeito. Quem tiver que pagar as contas ou está esperando por atendimento nos bancos em Campo Grande após a greve de 20 dias vai ter que esperar, em média, até duas horas para conseguir resolver o problema. Nesta segunda-feira (14), as filas dobravam as principais esquinas do centro. Clientes irritados e compreensivos com […]
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Não tem jeito. Quem tiver que pagar as contas ou está esperando por atendimento nos bancos em Campo Grande após a greve de 20 dias vai ter que esperar, em média, até duas horas para conseguir resolver o problema. Nesta segunda-feira (14), as filas dobravam as principais esquinas do centro.
Clientes irritados e compreensivos com a situação de reajuste enfrentada pela categoria esperavam sob o sol e início até de chuva pelo atendimento. Gustavo Oliveira, que estava na fila para sacar o FGTS, resolveu não se estressar e até levou uma ‘cervejinha’ para a fila.
“Não tem jeito, depois da greve vai ficar assim por uma semana. Tentei sacar nas casas lotéricas, mas como o valor ultrapassa R$ 1,5 mil, tive que esperar o banco reabrir. Mas não me sinto prejudicado com a greve”, explicou o cliente da Caixa Econômica Federal.
Luiz Alberto foi para pagar o débito de um financiamento e já aguardava há uma hora na fila para fora do banco. Irritado, ele colocou a culpa nos bancários. “Se não aguentam o emprego que peçam as contas”, opinou.
No Banco do Brasil da avenida Afonso Pena a situação não é diferente. Caio Mendes, de 27 anos, está esperando para pagar o boleto de uma compra, vencido desde a semana passada. “A fila está muito grande e eu odeio fila, vou deixar para a semana que vem. Uma greve é complicada para a sociedade, mas temos que entender que se os funcionários não fizessem pressão não teriam como mudar o salário”, acredita.
O pedreiro Sérgio Jesus Silva relata que demorou cerca de 50 minutos na fila do Bradesco da Afonso Pena para sacar o fundo de garantia. “Agora que acabou a greve a gente fica mais tranquilo, vai demorar mais para atender mesmo, mas já resolvi meu problema então está bom”, disse.
A pensionista Juraci Bastos, de 50 anos, disse que o salário saiu no último dia 7, mas que só vai conseguir sacar o salário hoje por conta da greve. “Vivemos em um país sem limites, onde as pessoas têm que fazer greves como essa para poderem chegar onde precisam”, argumentou. Ela já esperava há uma hora na fila.
Abner Xavier, de 60 anos, não precisou esperar tanto na fila preferencial. “Dei sorte, se não tivesse a minha idade não ia nem entrar. Mas é bom que o banco tenha voltado ao normal para todo mundo poder pagar as contas e deixar tudo em dia”, disse.
No banco Itaú, Jorge Viana já aguardava há uma hora na fila. “Disseram que abririam para atendimento só às 11h, por isso está cheio. Eles deveriam abrir mais cedo para desafogar essa lotação”.
Até o dia 15 de dezembro, todas as agências que participaram da greve devem funcionar até uma hora além do expediente.
Presidente do Sindicato dos Bancários, Iaci Azamor disse que até 31 de agosto de 2014 mais três mil funcionários devem ser contratados para atender nos bancos, melhorando o atendimento.
“Não achamos a proposta boa, mas como a situação já estava difícil para a população resolvemos acatar o reajuste negociado.” Outra conquista importante para a categoria é a pesquisa que a Fenaban (Federação Nacional de Bancos) vai fazer para descobrir por quais motivos existem tantos bancários com atestados médicos.
“Vai ser a constatação do que vivemos dizendo, que os bancários estão sobrecarregados no atendimento e que precisamos de mais pessoas”.
Os bancários terão reajuste de 8% sobre os salários, 8,5% sobre o piso salarial, com ganho real de 2,29% e 10% sobre o valor fixo da participação nos lucros e resultados dos bancos nos quais trabalham. A proposta também eleva de 2% para 2,2% o lucro líquido a ser distribuído linearmente na parcela adicional dos lucros.
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