Antes de abrir, restaurante em região nobre de Campo Grande é incendiado três vezes

Empresário não sabe motivo de ações criminosas antes mesmo de inaugurar estabelecimento. Polícia investiga crime e até desavença de antigos donos pode ser motivo.

Com a intenção de trazer algo novo para os apreciadores de um bom cardápio, em uma região nobre de Campo Grande, o empresário Paulo César Ortiz, 55 anos, jamais imaginou ser vítima de criminosos, que incendiaram a sua loja pela terceira vez em menos de duas semanas este ano. O prejuízo, além da reforma que já está sendo feita, é R$ 10 mil.

Da primeira vez, uma vizinha escutou uma explosão no local, que fica no cruzamento da rua Antônio Maria Coelho com a Espírito Santo, bairro Santa Fé. Ela acionou a Polícia Militar por volta das 5h20, e pela sua janela avistou fogo e um homem correndo a pé.

Os policiais verificaram que o vidro estava quebrado e que, com óleo diesel ou querosene, atearam fogo. O teto, paredes e pertences foram danificados. Na ocasião os militares ainda recolheram um galão com mais 3 litros de combustível enviado para perícia. A providência do proprietário foi contratar uma equipe de monitoramento.

E três dias depois os criminosos estavam lá. Na madrugada, eles jogaram cinco galões de combustível no deck e atearam fogo. A perícia foi ao local, bem como o delegado Fábio Sampaio, adjunto da 1ª Delegacia de Polícia e responsável pelas investigações.

“Ele confirmou se tratar de um incêndio criminoso e nós não entendemos porque isso está acontecendo. Por quase duas décadas, tive um restaurante em outro ponto da cidade, sem problemas com os meus funcionários. E agora, junto com o sócio, estamos tentando erguer um novo local para atrair clientes, mas parece que alguém não quer isso”, comenta o empresário Ortiz.

Na madrugada da uma sexta-feira, poucos dias após a segunda tentativa de destruir o restaurante, lá estavam eles. Os seguranças do alarme avistaram um veículo Uno vermelho com quatro ocupantes em atitude suspeita e a informação já é investigada pela polícia. Foi queimada toda a fiação, banheiro e o toldo.

Segundo o delegado Sampaio, o setor de investigação já busca imagens dos arredores para verificar a ação. “Filmagens próximas podem nos ajudar a elucidar o caso. Mas a venda dos antigos proprietários e alguma possível desavença entre eles também está sendo investigada”, explica o delegado, que em breve pretende concluir as investigações.