Afegã que teve rosto mutilado pelo marido conclui reconstrução facial nos EUA
Três anos após se tornar mundialmente conhecida ao ter o rosto mutilado estampado na capa da revista norte-americana “Time”, o que provocou comoção mundial, a afegã Aesha Mohammadzai tem um novo rosto e uma nova vida. Ela concluiu a reconstrução facial e mostrou os detalhes de sua recuperação em reportagem do britânico Daily Mail. “Estou […]
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Três anos após se tornar mundialmente conhecida ao ter o rosto mutilado estampado na capa da revista norte-americana “Time”, o que provocou comoção mundial, a afegã Aesha Mohammadzai tem um novo rosto e uma nova vida. Ela concluiu a reconstrução facial e mostrou os detalhes de sua recuperação em reportagem do britânico Daily Mail.
“Estou feliz com meu novo rosto”, afirmou Aesha.
Em 2012, ela declarou à rede de TV norte-americana “CNN” não ter mais medo de se olhar no espelho.
“Eu não me importo. Todo mundo tem um problema. No começo, eu ficava assustada. Tinha medo de olhar no espelho”, afirmou. “Agora eu não tenho mais medo. Agora eu entendo o sentido da minha vida”, continuou.
Aesha foi torturada pelo marido após tentar fugir de casa, no Afeganistão, para evitar um casamento forçado.
Ela teve o nariz e a orelha cortados durante a tortura, e a imagem de seu rosto, clicada pela sul-africana Jodi Bieber, foi vencedora no concurso World Press Photo, um dos mais cobiçados do fotojornalismo.
“Eu quero dizer a todas às mulheres que sofrem abuso que elas precisam ser fortes”, afirma Aesha, que tinha 18 anos quando foi torturada.
A afegã tornou-se símbolo da opressão às mulheres no Afeganistão.
Aesha foi resgatada por tropas americanas e vive agora nos Estados Unidos, onde iniciou o tratamento de reconstrução facial em um hospital de Bethesda, em Maryland, que hoje está concluído.
Como parte do tratamento, a testa de Mohammadzai ficou inchada, devido ao implante de uma bolsa de silicone preenchida com líquidos, com a finalidade de expandir sua pele e fornecer tecido extra para o novo nariz. Além disso, foi transplantada pele de seu antebraço para a parte do nariz, com o objetivo de cobrir o buraco causado pelas mutilações.
O próximo passo foi pegar a cartilagem das costelas, que foi usada para fazer o novo nariz.
Recomeço
Quando Mohammadzai tinha 12 anos, seu pai a prometeu para um militante do Taleban, a fim de pagar uma dívida. A afegã foi para a nova família, que abusava dela e até a forçava a dormir com animais em um estábulo.
Ao tentar escapar, foi pega e seu nariz e orelhas foram cortados pelo marido, como punição.
“Quando eles cortaram meu nariz e as orelhas, eu desmaiei. No meio da noite, parecia que havia água fria no meu nariz. Abri meus olhos e não conseguia notar o que havia acontecido por causa de todo o sangue”, ela disse à “CNN”.
Deixada para morrer nas montanhas, ela se arrastou até a casa do avô e seu pai conseguiu levá-la para uma instalação médica americana, onde recebeu cuidados médicos durante dez semanas, até ser transferida para Cabul, capital do Afeganistão, e ser levada em um voo para os Estados Unidos, para morar com uma nova família.
Aisha, que nunca frequentou a escola nem comemorou nenhum aniversário, até hoje prefere ver filmes de Bollywood (a indústria de cinema indiana) a assistir a televisão americana.
A ONU estima que cerca de 90% das mulheres do Afeganistão sofrem algum tipo de abuso doméstico.
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