ABCG não tem verba para pagar dívida e Santa Casa pode parar
Segundo o presidente da ABCG, o débito total gira em torno de R$ 160 milhões, dos quais cerca de R$ 70 milhões precisam ser pagos em curto prazo
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Segundo o presidente da ABCG, o débito total gira em torno de R$ 160 milhões, dos quais cerca de R$ 70 milhões precisam ser pagos em curto prazo
A devolução da Santa Casa para os proprietários originais, a ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande) acontecerá no próximo dia 17 e os novos gestores têm menos de uma semana para encontrar mecanismos para quitar dívida milionária do hospital. Segundo o presidente da entidade, Wilson Levi Telensco, o débito total gira em torno de R$ 160 milhões, dos quais cerca de R$ 70 milhões precisam ser pagos em curto prazo.
O não cumprimento das obrigações pode paralisar alguns setores da Santa Casa. “São dívidas a vencer em curtíssimo prazo, algumas, com características paralisantes”, disse Telensco, após comandar radiografia da situação administrativa e financeira do hospital.
Segundo ele, o hospital deve R$ 10 milhões somente para fornecedores de próteses e órteses. “Se não pagarmos, não poderemos comprar mais e o serviço pode ser suspenso”, alertou.
Outros débitos, de natureza tributária, também foram apurados em R$ 15 milhões e impedem a emissão de certidões negativas e, por consequência, a assinatura de determinados contratos, entre outras dificuldades.
Desafio será conseguir que Junta arque com pagamento da dívida
Para Telensco, o primeiro desafio serão as negociações com os responsáveis pela Junta – o Governo do Estado e a prefeitura municipal – para que “eles assumam essa responsabilidade de arcar com o pagamento da dívida”.
“Precisamos entrar em um consenso para que o Poder Público pague pelo serviço que utiliza da Santa Casa. Se isso não acontecer, a rede de saúde vai ter sérios problemas”, frisou.
Segundo o governador André Puccinelli (PMDB) há possibilidade de realizar um empréstimo para quitar a dívida mais urgente. Ele, no entanto, fez questão de deixar claro que a gestão em saúde é municipalizada, portanto, para ele, caberia a Prefeitura de Campo Grande resolver o problema.
“A questão está municipalizada, onde está municipalizada cabe obrigatoriamente ao município”, afirmou. Puccinelli ainda contestou o valor da dívida. De acordo com ele, o débito é inferior aos R$ 160 milhões, calculados pela ABCG. “Não é de R$ 160 milhões e nem de R$ 101 milhões, é menor que isso”, garantiu.
Ainda sobre a dívida, ele contou que, em novembro do ano passado, representantes da associação o procuraram para discutir o problema. “Romperam as tratativas e não deu mais em nada”, informou. “Agora, a ABCG quer que avalize empréstimo de R$ 70 milhões, não tenho problemas”, comentou.
Pelos cálculos da associação, na época da intervenção a dívida era avaliada em R$ 34 milhões. Diante do aumento, o caso parou na Justiça e desembargadores do Estado continuam a análise do processo para determinar quem vai arcar com o pagamento.
Ainda segundo Puccinelli, o prefeito Alcides Bernal (PP) se reunirá, nesta semana, com representantes da ABCG para encontrar uma saída para o impasse.
Intervenção “não acrescentou em nada”
Sobre o período em que a Santa Casa esteve sobre intervenção Telensco afirmou que a gestão da Junta foi “inócua”. “Ao avaliar o processo como um todo, não acrescentou em nada para a Santa Casa”, disse.
“Em alguns aspectos, a Junta criou problemas com decisões administrativas equivocadas, como a criação de despesas quando não havia receita para arcar, o que culminou com o aumento da dívida”, avaliou. “Por outro lado, surgiram ganhos no aspecto clínico do hospital, que teve sua mão de obra de capacitada”, completou Telensco.
A Junta assumiu o controle do hospital em 2005, com o compromisso de salvar o hospital. Na época, não havia recursos para pagar médicos e fornecedores e o Pronto Socorro foi fechado por falta de recursos.
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