Zico quer motivar iraquianos em amistoso com Brasil

Um velho conhecido da torcida brasileira estará no comando da equipe adversária da Seleção Brasileira nesta quinta-feira (11): Artur Antunes Coimbra, o Zico, é o técnico do Iraque e já avisou: o amistoso serve para motivar a equipe para os próximos desafios. O jogo contra o Brasil será disputado em Malmo, na Suécia, nesta quinta-feira, […]

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Um velho conhecido da torcida brasileira estará no comando da equipe adversária da Seleção Brasileira nesta quinta-feira (11): Artur Antunes Coimbra, o Zico, é o técnico do Iraque e já avisou: o amistoso serve para motivar a equipe para os próximos desafios. O jogo contra o Brasil será disputado em Malmo, na Suécia, nesta quinta-feira, a partir das 15h30.

Segundo Zico, a dificuldade de enfrentar a Seleção Brasileira não será tão grande quanto foi em 2006. Na ocasião, em plena Copa do Mundo e comandando o Japão, Zico se emocionou por enfrentar a seleção que defendeu entre 1976 e 1986, com 66 gols em 89 partidas. Agora, segundo o Galinho de Quintino, a prioridade é bem diferente.

“O problema é quando toca o hino. Agora será um amistoso, vou procurar fazer com que os jogadores iraquianos tirem proveito dessa oportunidade e aprendam mais. Nosso maior pensamento é a Austrália, no dia 16. Precisamos dos 3 pontos”, lembrou Zico, referindo-se às eliminatórias da Ásia, nas quais o Iraque tem apenas dois pontos ganhos em três jogos, mesma pontuação do próximo adversário.

Zico chamou a atenção para a presença de Kaká na última convocação de Mano Menezes, e alertou que o meia do Real Madrid pode ajudar muito os jovens valores da equipe, além de citar outros nomes importantes do Brasil:

“Neymar, Hulk, Damião, Lucas e Oscar são jogadores que já demonstraram que podem ajudar muito a Seleção. O meio da zaga com Thiago Siva, Davi Luiz e Dede também está bem servido”, enumerou o Galinho.

Sobre a própria equipe, Zico diz que vem dando chances para jogadores mais jovens em sua escalação. Ressaltou, no entanto, que tem no plantel muitos jogadores veteranos, que já fizeram muito pelo futebol do país. O brasileiro contou como está o clima no Iraque para este jogo de quinta-feira, e destacou as consequências de uma boa atuação:

“Os iraquianos estão vibrando com isso. Eles amam o futebol brasileiro e legal seria se esse jogo fosse em Bagdá, onde está a real torcida do Iraque. Infelizmente isso não será possível. Se o Iraque fizer um bom jogo, independente do resultado, tenho certeza de que será uma motivação grande para todos, pois acho que isso nunca aconteceu”, comentou Zico, lembrando ainda da péssima organização do futebol no país, que passou pela guerra do Golfo e outros conflitos armados nos últimos 25 anos:

“Falta toda uma estrutura.Não temos nem local para treinar dentro do próprio Iraque. Precisamos de um campeonato interno mais competitivo,de intercâmbio com países de tradição de futebol e de melhor relacionamento com outros países para não termos tantas dificuldades em vistos, entre outras coisas. E isso não se constrói nem reconstrói de uma hora para outra”, avaliou o treinador iraquiano.

Zico enfrentou Iraque de Edu

Dia 5 de fevereiro de 1986. O Flamengo enfrentava a Seleção do Iraque no estádio El Shabbad, na capital Bagdá. Em um jogo com cerca de 60 mil pessoas nas arquibancadas e mais outras milhares fora do estádio, Zico lembrou que aquela seleção iraquiana disputaria a Copa do Mundo daquele ano, reforçando a força daquela equipe. Fez questão de lembrar, porém, a força daquele time do Flamengo, citando a escalação de cor:

“Aquele nosso time era uma verdadeira seleção e por isso foi campeão brasileiro em 1987. Cantarele,Jorginho, Leandro, Mozer, Adalberto, Andrade, Sócrates, eu, Bebeto, Chiquinho e Adílio, com o Sebastião Lazaroni no comando”, contou Zico.

O Galinho lembra que o clima no estádio era de muita tensão. O país era comandado por Saddam Takriti Hussein desde 1979.

“Abriram os portões pela manhã. Os torcedores iam entrando, sendo revistados um a um”, lembrou o hoje técnico do Iraque.

Na ocasião, a seleção iraquiana era comandada por ninguém menos que o irmão de Zico, Edu Coimbra, que jogou no América na década de 60. Além dele, estavam na comissão técnica Antunes, outro irmão de Zico, Jorge Vieira, conhecido treinador brasileiro, o preparador físico Carlos Alberto Lancetta e o médico José Luiz Runco, atual médico da Seleção Brasileira.

Na Copa de 1986, o técnico da seleção iraquiana seria Evaristo de Macedo, que foi dispensado da própria Seleção Brasileira naquele mesmo ano dando lugar a Telê Santana. Com derrotas para o Paraguai, Bélgica e o anfitrião México, o Iraque caiu na primeira fase.

O jogo entre Flamengo e a seleção do Iraque, disputado sob muito vento segundo palavras do próprio Zico, terminou com vitória rubro-negra, por 2 a 0. Os gols foram marcados por Bebeto, aos 15 minutos do primeiro tempo, e Zico, aos 25 do segundo tempo.

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